Usinas maximizam produção de açúcar e vendas de etanol caem no primeiro mês da safra

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     Porto Alegre, 15 de maio de 2019 – A moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 37,96 milhões de toneladas na segunda quinzena de abril, contra 31,73 milhões de toneladas verificadas no mesmo período na safra 2019/2020 (+32,33%), conforme dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA). Da quantidade total de cana-de-açúcar processada na quinzena, 45,76% foi destinada à fabricação de açúcar, ante os 30,87% registrados na mesma data de 2019. Como consequência, a produção de açúcar quase dobrou (+93,46%) nos últimos quinze dias de abril de 2020, atingindo 2,02 milhões de toneladas.

    Segundo Antonio Padua Rodrigues, diretor-técnico da UNICA, “essa mudança no mix de produção decorre da perda de atratividade do etanol e reflete a expectativa de uma safra 2020/2021 mais açucareira”. Além das usinas que ampliaram o mix para açúcar, outras oito unidades produtoras que não fabricaram açúcar nas duas últimas safras retornaram à produção neste ano (uma dessas unidades estava parada e as outras sete plantas optaram por não fabricar açúcar nas safras passadas).

   Como resultado do aumento da produção e da relatada atratividade econômica, as vendas de açúcar para o mercado externo efetuado pelas unidades do Centro-Sul aumentaram 52,54% em abril de 2020 ante o mesmo período do ano anterior (1,42 milhão de toneladas versus 932,73 mil toneladas). Em contrapartida, a quantidade comercializada para o mercado interno se manteve estável em 606,19 mil toneladas.

    Somadas as duas quinzenas de abril, a moagem alcançou 60,38 milhões de toneladas (aumento de 32,33% na comparação com igual período do ciclo 2019/2020), com a fabricação de 2,98 milhões de toneladas de açúcar (+115,83%), 615,91 milhões de litros de etanol anidro (+56,47%) e 1,94 bilhão de litros de etanol hidratado (+5,15%). “O incremento de 1,6 milhão de toneladas na produção do açúcar na atual safra decorre em 50% da alteração do mix e 50% do aumento na quantidade de matéria-prima processada. As condições climáticas favoráveis à operacionalização da cana colheita garantiram um avanço da produção”, acrescentou Rodrigues.

    As vendas de etanol  para os mercados interno e externo registraram novamente queda na segunda quinzena de abril e, por consequência, o volume mensal comercializado no mês atingiu 1,78 bilhão de litros (com 76,77 milhões de litros exportados). Esse nível de vendas representa uma retração de 29% comparativamente ao mesmo período do ano anterior (2,55 bilhões de litros). No mercado doméstico em abril, as vendas de etanol hidratado combustível atingiram apenas 1,10 bilhão de litros, com redução expressiva de 38,37% em relação ao comercializado no mesmo período de 2019, quando as unidades produtoras venderam 1,78 bilhão de litros. Da mesma forma, as vendas internas de etanol anidro apresentaram redução de 18,97%, atingindo 480,19 milhões de litros em abril de 2020 contra 592,62 milhões de litros em igual período do ano anterior. Segundo Rodrigues, “apesar do recente aumento na competitividade do biocombustível frente seu concorrente fóssil nos principais centros consumidores, a demanda de etanol segue com um futuro incerto em função dos impactos da pandemia com o isolamento social e das oscilações no preço da gasolina”.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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