Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2023 – A semana foi marcada pela divulgação do relatório de oferta e demanda mundial e internacional pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para a soja, poucas novidades foram divulgadas e o foco do mercado seguiu voltado para o clima na Argentina e no Brasil, principalmente no país vizinho, e seus impactos sobre a produção sul-americana.
O relatório indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,276 bilhões de bushels em 2022/23, o equivalente a 116,4 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 49,5 bushels por acre, mantendo as indicações e janeiro.
Os estoques finais estão projetados em 225 milhões de bushels ou 6,12 milhões de toneladas, contra 210 milhões de bushels de janeiro – 5,71 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 210 milhões ou 5,71 milhões de toneladas. O USDA indicou esmagamento em 2,230 bilhões de bushels, abaixo da estimativa de janeiro, de 2,245 bilhões. A exportação teve sua estimativa mantida em 1,99 bilhão de bushel.
O Departamento projetou safra mundial de soja em 2022/23 de 383 milhões de toneladas. Em janeiro, a projeção era de 388 milhões de toneladas. Os estoques finais estão estimados em 102 milhões de toneladas, contra 103,5 milhões de toneladas de janeiro. O mercado esperava por estoques finais de 101,6 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 116,4 milhões de toneladas, repetindo dezembro. A safra brasileira foi mantida em 153 milhões de toneladas e a produção argentina cortada de 45,5 milhões para 41 milhões de toneladas. A China deverá importar 96 milhões de toneladas, mesma previsão indicada no mês anterior.
Safra na América do Sul
O clima seguiu seco na Argentina e no Rio Grande do Sul na semana e a aposta para minimizar as perdas no potencial produtivo se voltam para modelos meteorológicos que indicam chuvas na segunda quinzena do mês. A semana foi marcada ainda por muitas chuvas nas demais regiões produtoras do Brasil, atrasando a colheita.
Assim com o USDA, houve outras revisões nas previsões de safra da Argentina ao longo da semana. A Bolsa de Rosário trouxe os números mais contundentes, indicando produção de apenas 34,5 milhões de toneladas. A previsão inicial da bolsa era de uma safra de 49 milhões.
Já a Bolsa de Buenos Aires revisou sua estimativa para 38 milhões de toneladas, com corte de 3 milhões sobre o número anterior. SAFRAS & Mercado projeta uma produção argentina de 42,1 milhões de toneladas.
Apesar do atraso na colheita e da estiagem no RS – com quebra confirmada pelo segundo ano consecutivo -, as perspectivas ainda são positivas para a safra brasileira, que deverá ser a maior da história. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou seu número de 152,7 milhões para 152,9 milhões de toneladas nesta semana. SAFRAS indica produção ainda maior, de 153,4 milhões de toneladas.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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