Porto Alegre, 15 de agosto de 2025 – A semana foi de recuperação nos preços da soja, tanto aqui como na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Com isso – e mesmo com dólar na casa de R$ 5,40 e com prêmios firmes mas buscando ajustes -, a comercialização ganhou ritmo nas principais praças do país.
O motivo para a mudança de cenário – o mercado vinha arrastado -foi o relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na terça, 12. Supreendendo o mercado, o Departamento indicou estoques e safra dos Estados Unidos abaixo do esperado.
O USDA indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,292 bilhões de bushels em 2025/26, o equivalente a 116,8 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 53,6 bushels por acre. No relatório anterior, os números era de 4,335 bilhões (117,98 milhões) e 52,5 bushels, respectivamente. O mercado esperava uma produção de 4,371 bilhões ou 118,96 milhões.
Os estoques finais estão projetados em 290 milhões de bushels ou 7,89 milhões de toneladas, contra 310 milhões do relório anterior – 8,44 milhões. O mercado apostava em carryover de 359 milhões de bushels ou 9,75 milhões de toneladas. O USDA está trabalhando com esmagamento de 2,540 bilhões de bushels e exportações de 1,705 bilhão. Em julho, os números eram de 2,540 bilhões e 1,745 bilhão.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2025/26 de 426,39 milhões de toneladas. Para 2024/25, a previsão é de 423,97 milhões de toneladas. Os estoques finais para 2025/26 estão estimados em 124,9 milhões de toneladas, abaixo da previsão do mercado de 127,9 milhões de toneladas. Os estoques da temporada 2024/25 estão estimados em 125,2 milhões de toneladas, contra expectativa de 125 milhões de toneladas.
Mercado
Como consequência, os contratos com vencimento em novembro subiram para US$ 10,29 por bushel na manhã da sexta, 15, acumulando uma valorização semanal de 4,2%.
As cotações domésticas acompanharam a sinalização de Chicago. No interior do Rio Grande do Sul, a saca passou de R$ 131,00 para R$ 134,00 em Passo Fundo. Em Cascavel (PR), o preço subiu para R$ 135,00, enquanto em Rondonópolis (MT) foi de R$ 120,00 para R$ 125,00. No Porto de Paranaguá, a saca avançou de R$ 136,00 para R$ 140,00.
Para a próxima semana, dois pontos merecem a atenção. O comportamento da demanda chinesa, após os recentes avanços nas negociações comerciais entre Pequim e Washington. O fato chegou a impulsionar Chicago no início da semana, mas ainda há muito ceticismo em torno da recuperação da demanda chinesa no curto prazo, apesar do pedido do presidente americano Donald Trump que que o país asiático quadriplicasse a compra da oleaginosa dos Estados Unidos.
O clima nos Estados Unidos também merece foco especial, principalmente neste momento em que as lavouras estão em fase crítica para definição do potencial produtivo. Durante a próxima semana, será realizada a tradicional crop tour da Pro Farmer. As sinalizações vindas das visitas ás lavouras podem corroborar ou não a revisão para baixo indicada pelo USDA.
Conab
A produção brasileira de soja deverá totalizar 169,657 milhões de toneladas na temporada 2024/25, com aumento de 14,8% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 147,74 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 11º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em julho, a Conab trabalhava com estimativa de safra de 169,4 milhões de toneladas.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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