Porto Alegre, 13 de novembro de 2020 – A semana foi marcada pela alta expressiva nos contratos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). As cotações atingiram o maior patamar em mais de quadro anos, respondendo a uma série de fatores.
O clima seco na América do Sul e a demanda firmes pela soja americana já vinham sustentando os preços. Nesta semana, mais dois pontos ajudaram na elevação: o clima de menor aversão ao risco no mercado financeiro internacional e o quadro de aperto na oferta dos Estados Unidos indicado pelo mais recente relatório do USDA.
O relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,17 bilhões de bushels em 2020/21, o equivalente a 113,49 milhões de toneladas, abaixo da estimativa anterior de 4,268 bilhões ou 116,16 milhões. O mercado apostava em safra de 4,253 bilhões ou 115,74 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão estimados em 190 milhões de bushels ou 5,17 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 239 milhões ou 6,5 milhões de toneladas. No relatório anterior, os estoques estavam projetados em 290 milhões de bushels – 7,9 milhões de toneladas.
O USDA indicou esmagamento em 2,180 bilhões de bushels e exportação de 2,200 bilhões, repetindo as estimativas de outubro.
A produção 2019/20 está estimada em 3,552 bilhões de bushels. Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 523 milhões de bushels.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2020/21 de 362,64 milhões de toneladas. Em outubro, o número era de 368,47 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão estimados em 86,52 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 87,6 milhões de toneladas. Em outubro, a previsão era de 88,7 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 113,5 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 133 milhões de toneladas, repetindo o número de outubro. A Argentina deverá produzir 51 milhões de toneladas. A previsão anterior era de 53,5 milhões de toneladas.
A estimativa para as importações chinesas em 2020/21 é de 100 milhões de toneladas, mantendo a previsão do mês anterior.
Conab
A produção brasileira de soja deverá totalizar 134,953 milhões de toneladas na temporada 2020/21, com aumento de 8,1% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 124,845 milhões de toneladas. A projeção faz parte do segundo levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em outubro, a Conab indicava produção de 133,673 milhões de toneladas. A revisão para cima entre uma estimativa e outra ficou em 1%.
Segundo o estudo da Conab, ainda para a safra 2019/20, as exportações de soja em grão deverão ficar próximas a 82,7 milhões de toneladas, e os esmagamentos devem ser 44,6 milhões de toneladas, o que implica em estimativas de estoques de passagem baixos para o grão. Além disso, em virtude da demanda elevada no ano, a comercialização da safra 2019/20 deve chegar a 100% até o fim do ano.
Para a safra brasileira de 2020/21 de soja em grãos foi estimado um volume de 134,95 milhões de toneladas, aumento de 8,1% em relação à safra 2019/20. Do lado do consumo, espera-se que as exportações atinjam um número acima de 85 milhões de toneladas, motivada pela forte demanda chinesa e pelo forte percentual comercializado, até o momento, que já alcança mais de 50% da safra.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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