Porto Alegre, 21 de junho de 2024 – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quinta-feira, 20, o seu relatório sobre o mercado mundial de junho. De acordo com o USDA, a produção mundial de café em 2024/25 deverá totalizar 176,235 milhões de sacas de 60 quilos, contra 169,180 milhões de sacas na temporada anterior, o que representa um aumento de 4,2%.
O consumo total de café em 2024/25, segundo o USDA, deverá atingir 170,634 milhões de sacas, contra 167,540 milhões de sacas na temporada anterior, aumento de 1,8%.
Assim, haverá superávit na oferta de 5,601 milhões de sacas em 2024/25, no comparativo com um superávit de 1,640 milhão de sacas em 2023/24. Os estoques finais totais de café em 2024/25 deverão atingir 25,784 milhões de sacas, contra 23,933 milhões de sacas em 2023/24.
Segundo o USDA, o Brasil é o principal responsável pela elevação na produção, diante do ciclo mais alto produtivo da temporada no arábica.
A produção brasileira 2024/25 está estimada em 69,9 milhões de sacas, com aumento de 3,6 milhões de sacas sobre 2023/24. A safra de arábica 2024/25 está indicada em 48,2 milhões de sacas (+3,3 milhões de sacas) e a safra de conilon em 21,7 milhões de sacas (+300.000 sacas).
A safra vietnamita 2024/25 deve ficar estável em 29 milhões de sacas, sendo 95% a safra de robusta. Já a produção 2024/25 de arábica da Colômbia está colocada em 12,4 milhões de sacas (+200.000 sacas sobre 2023/24).
Colheita
A colheita de café no Brasil continua avançando rapidamente, aproveitando o clima seco. De acordo com o acompanhamento semanal de Safras & Mercado, até o dia 18 de junho, 44% da safra 2024/25 já havia sido colhida, um avanço de 7 pontos percentuais em relação à semana anterior. Esse avanço é liderado pela colheita de conilon. Em igual período do ano passado, a colheita de café no Brasil estava em 39% e a média dos últimos 5 anos para o mesmo período é de 40%.
A colheita do conilon acelerou bastante, diante do clima seco e o atual estágio de maturação das lavouras, e alcança 62% do potencial produtivo. Assim, os trabalhos já superam igual período do ano passado (56%) e a média dos últimos 5 anos (59%). Segundo o Consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o resultado da colheita está abaixo do esperado, o que deve resultar em correção para baixo no número de safra. “A ideia atual é de um corte entre 8% e 14% em relação à previsão preliminar, embora algumas regiões já registrem perdas de até 20% em relação à perspectiva anterior ao início da colheita. Esse cenário reforça internamente o quadro de firmeza nos preços visto lá fora”, comenta.
A colheita de arábica assume um ritmo mais compassado, mas ainda bem adiantada em comparação a períodos anteriores. Já foram colhidos 35% do potencial da produção. Assim, supera tanto igual época do ano passado como a média de 5 anos, ambos em 31%. “A safra mais miúda continua preocupando bastante, devido à dificuldade em conseguir peneira 17/18, o que explica o ágio pago para os cafés mais graúdos na exportação. Também cresce o ruído no mercado de uma possível correção negativa nos números de arábica. Outro ponto é que os produtores continuam mantendo um procedimento mais lento na secagem e beneficiamento, deixando o café descansando mais tempo na tulha, o favorece a qualidade da bebida, mas também explica o pouco café disponível nas praças de negociação”, avalia Barabach.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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