Trajetória de baixa já derrubou cotações do arroz em quase 8%

1673

Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2024 – A trajetória de acomodação das cotações, iniciada na segunda quinzena de janeiro/24, já resultou em uma queda de quase 8% na saca do arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional.

A média da saca do grão em casca de 50 quilos no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (08) cotada a R$ 119,10. Na comparação com igual momento de janeiro, a queda chega a 7,88%, quando valia R$ 129,20. Comparado ao mesmo período do ano passado, contudo, o cereal ainda acumula alta de 35,2%.

Uma combinação de preços em forte alta nos principais fornecedores globais e de queda da produção doméstico levou os preços a níveis recordes, lembra o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento. “Com a proximidade da intensificação da colheita nacional se aproximando, é normal que haja uma acomodação”, pondera. Entre março e abril, os gaúchos colhem mais de 90% de sua safra. “Com esse excesso de oferta, mesmo que pontual, o mercado tende a cair até encontrar a paridade de importação”, explica.

No cenário internacional, destaque para o relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta quinta-feira (8), que estimou a produção mundial de arroz beneficiado em 513,74 milhões de toneladas para 2023/24, ante 513,54 milhões no mês anterior. Para 2022/23, foi estimada safra de 512,96 milhões de toneladas.

As exportações mundiais de arroz beneficiado foram estimadas em 51,62 milhões de toneladas para 2023/24, ante 51,50 milhões no mês passado. A estimativa para o consumo é de 522,90 milhões de toneladas de beneficiado para 2023/24, ante 522,10 milhões de toneladas indicadas no mês anterior. Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais mundiais de arroz beneficiado na temporada 2023/24 foram previstos em 167,18 milhões de toneladas, ante 167,25 milhões de toneladas no relatório passado. Para 2022/23, foram estimados estoques de 176,35 milhões de toneladas.

A Índia deverá produzir 132 milhões de toneladas beneficiadas em 2023/24; a Tailândia, 20 milhões; e o Vietnã, 27 milhões. A safra brasileira está estimada em 7,48 milhões de toneladas de beneficiado. A safra da Indonésia está projetada em 33,50 milhões de toneladas. A produção chinesa está estimada em 144,62 milhões de toneladas.

Trajetória de baixa já derrubou cotações em quase 8%

Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

Copyright 2024 – Grupo CMA