São Paulo, 31 de outubro de 2025 – Em teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2025, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que tem planos para crescer nos próximos 15 anos, mas a escolha para alocação de capital está indefinida devido a incertezas atuais de mercado, principalmente no Brasil.
Em relação aos investimentos nos Estados Unidos, Gustavo disse que, desde a aprovação do pacote de incentivos à infraestrutura [pelo governo de Joe Biden], acreditava que seria um gasto mais rápido, mas que a aprovação dentro da burocracia regional dos Estados Unidos têm tornado os aportes mais lentos. A mudança de governo também trouxe mudanças, como corte aos incentivos a projetos de energia renovável, mas o executivo disse que não acredita que vá afetar a empresa.
“Seguimos entregando muito aço para energia solar. À medida que os incentivos caiam, podem ser direcionados para outros projetos, como carvão, mas não temos preocupações em relação à demanda”, disse. Ele também mencionou triangulações do México para o aproveitamento do aço e espera que isso possa beneficiar a empresa.
O CEO disse, no entanto, que é mais difícil investir 1 dólar no Brasil do que no exterior, por conta de eventos que fogem do controle da empresa, como o nível de corte de energia devido ao curtailment. “Sempre fomos cuidadosos com os investimentos no Brasil. (…) Nos EUA, não tem essas variáveis que a gente não controla. É mais fácil investir 1 dólar nos EUA. Então, dentro de um portfólio de oportunidades, estamos avaliando bem o que vamos investir.”
O CEO também comentou sobre os direitos minerários que a companhia têm para explorar no estado de Minas Gerais Mais cedo, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31), Werneck confirmou os planos da empresa para a mineração. O projeto, segundo ele, é colocar em operação uma plataforma de mineração sustentável no distrito de Miguel Burnier, Ouro Preto (MG). Na ocasião, ele disse que historicamente, o foco tem sido a produção de minério para consumo próprio, mas agora que a empresa avançou com planos de comercializar excedentes. A projeção é que, a partir do próximo ano, a capacidade produtiva do novo projeto resulte em um excedente de cerca de 2 milhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade para venda. Na teleconferência, o CEO disse que não pretende investir na ampliação dos direitos minerarários.
“Não temos interesse em competir com a Vale, mas podemos investir para gerar mais valor. Mas isso está em segundo plano, nosso foco é entregar o investimento em Miguel Burnier”, reiterou o CFO Rafael Japur, sobre este tema. “Isso também vale para possíveis parcerias, que a gente avalia, mas não é o foco da companhia no momento.”
Em relação aos investimentos no alto forno, o CFO/DRI Rafael Japur disse que a companhia tem uma estimativa de redução da carga metálica com o alto forno e reiterou os guidances de R$ 400 milhões de benefício no primeiro ano e, depois, de R$ 1 bilhão.
Japur disse que, em termos de custo e capacidade, a produção de bobina a quente está muito boa, mas o gargalo está nos preços. Nos EUA, teve redução das importações, e no Brasil, teve aumento das importações, o que vem afetando os resultados.
O CFO disse que os investimentos da empresa buscam redução de custos por que o mercado mundial já tem uma sobreoferta de aço.
Em relação à geração de caixa, Japur comentou: “Não queremos elevar o atual patamar de alavancagem, que está em 0,81 vez. Tivemos aumento da geração de caixa e nossa prioridade atual é retornar aos nossos acionistas por meio de recompras de ações. Temos um programa aprovado até o final do ano, ainda falta 12% para ser concluído, e é provável que a companhia aprove outros programas de recompra”, disse.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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