Um estudo do Banco Central Europeu (BCE) revelou que, embora apenas uma pequena parcela dos trabalhadores da zona do euro tema perder seus empregos devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos, isso ainda pode prejudicar uma economia que já está fraca. As tarifas americanas sobre importações da União Europeia, que subiram de 2,3% para cerca de 13,1% desde julho, representam um obstáculo significativo, já que os EUA são o maior mercado exportador para o bloco.
A pesquisa do BCE, baseada em dados da Pesquisa de Expectativas do Consumidor, mostrou que cerca de 15% dos trabalhadores consideram seus empregos ameaçados pelas tarifas. O estudo ressalta que trabalhadores com essa percepção têm maior probabilidade de realmente perder seus empregos, o que pode minar a confiança de empresas e consumidores, impactando negativamente a economia.
Esse efeito é preocupante porque o BCE conta com o consumo doméstico para impulsionar o crescimento econômico neste e no próximo ano, com a expectativa de que as famílias reduzam suas elevadas taxas de poupança. No entanto, os dados indicam que a poupança continua subindo, e os responsáveis pela política monetária questionam a robustez dessas expectativas diante da persistente incerteza econômica.
O estudo aponta que os trabalhadores dos setores de indústria, construção e comércio temem mais os efeitos negativos das tarifas, enquanto os segmentos de serviços, financeiro e tecnologia da informação se sentem mais expostos. Essa preocupação é especialmente marcante na Irlanda e nos Países Baixos, que abrigam sedes europeias de muitas empresas americanas e possuem economias muito abertas, segundo os pesquisadores.

