Porto Alegre, 21 de outubro de 2025 – A demanda por sustentabilidade deixou de ser ameaça e passou a representar oportunidade para a pecuária brasileira. A avaliação foi feita por especialistas no segundo painel do congresso Comércio Sino-Brasileiro de Carne Bovina, que discutiu como transformar exigências ambientais em valor para o setor.
Felipe Nunes, diretor do CIT e pesquisador da UFMG, destacou a plataforma Selo Verde, criada para verificar a conformidade ambiental de propriedades rurais. “Utilizando métodos abertos e verificáveis, a plataforma nasceu em parceria com governos e agora se tornou pública”, afirmou.
Segundo ele, o projeto atende à necessidade de soluções em escala. “O Brasil precisa de soluções em massa. Por isso, entregamos tecnologia gratuita aos estados, dentro das regras do Código Florestal.” Em Minas Gerais, a ferramenta monitora quase 1,1 milhão de imóveis rurais. No Espírito Santo, são cerca de 120 mil.
Lisandro Inakake, gerente de desmatamento zero do Imaflora, relembrou que o setor viveu forte pressão no passado. “No início, tivemos muito boicote, sendo o primeiro do mercado, com denúncias de organizações como o Greenpeace, e do governo, que começou a ordenar a cadeia. O monitoramento era rudimentar, desde o ponto de curral, e isso definia a conformidade ou não”, disse.
Para ele, o cenário também mudou com a adaptação das empresas. “Os primeiros cinco a dez anos foram de criação de capacidade. As empresas começaram a entender como fazer e criaram áreas de sustentabilidade. Isso permitiu apresentar resultados com mais segurança”, concluiu.
Pedro Diniz Carneiro – pedro.carneiro@safras.com.br (Safras News)
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