Porto Alegre, 21 de julho de 2021 – A região produtora de café do Sul de Minas Gerais, a maior do país, teve segundo avaliação de técnicos 20% das lavouras atingidas pelas geadas da madrugada da última terça-feira, 20 de julho. Algumas foram mais severamente atingidas, outras não tanto. A afirmação é do trader da Minasul (Cooperativa Agroindustrial de Varginha), Héberson Vilas Boas.
Ele destacou, em entrevista à Agência SAFRAS, que desta vez as geadas atingiram não só baixadas, mas também cafezais em altitudes. E atingiu muitos cafezais novos, recém-plantados, que terão de ser novamente plantados. O sul mineiro teve em anos recentes mais plantios de café em áreas mais baixas, o que também agora com as geadas deve gerar mais perdas nas safras futuras.
O certo é que o potencial da safra 2022 foi comprometido. Héberson Vilas Boas diz que os produtores precisam esperar a reação agora das plantas às geadas para definir qual técnica será utilizada. Ou seja, “para ver se o produtor vai decotar ou podar, ou fazer o esqueletamento, ou até a erradicação dos cafés”, afirmou.
A Minasul tem uma área de atuação em que se produz quase 10 milhões de sacas, atuando em grande parte do sul de Minas Gerais. O recebimento da cooperativa em 2020 foi de cerca de 2,0 milhões de sacas. Com o ciclo bienal de menor produtividade em 2021 mais os problemas com a falta de chuvas, o recebimento em 2021 deve cair para 1,0 a 1,2 milhão de sacas. “Não fosse a estiagem poderia ser de 1,5 milhão de sacas”, observa o trader.
Com as geadas e a quebra na safra 2022 agora esperada, os produtores do sul de Minas Gerais já travaram suas vendas para a entrada no próximo ano, porque não tem mais confiança do quanto irão colher. “O produtor já pisou no freio nas vendas e quer saber agora quanto perdeu”, afirma, com as avaliações mais precisas devendo vir mais adiante.
Héberson Vilas Boas indica que a Minasul estima a colheita da safra 2021 no momento em 43%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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