Porto Alegre, 21 de agosto de 2020 – O mercado brasileiro de carne suína manteve um cenário de alta nos preços ao longo da semana, em meio a um quadro de oferta interna ajustada e ao ritmo bastante aquecido nas exportações.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, há relatos de animais sendo abatidos com pesos mais leves e dificuldades no avanço das escalas de abate por parte dos frigoríficos. “As exportações brasileiras de carne suína estão aceleradas, puxadas pelas compras da China, enxugando grande parte da oferta doméstica, principalmente nos estados do Sul”, afirma.
Para Maia, a flexibilização da quarentena, que está em curso é um fator que favorece o escoamento. Porém, a retomada plena das atividades demandantes ainda está distante. “A escalada dos custos de produção também é um fator importante neste momento, o que leva os granjeiros a buscarem reajustes para o vivo, visando a manutenção das margens operacionais. Pelo lado dos frigoríficos a maior queixa é que o repasse das altas para a ponta final está cada vez mais difícil”, sinaliza.
Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil avançou 2,05% ao longo da semana, de R$ 6,21 para R$ 6,33. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado passou de R$ 10,32 para R$ 10,53, aumento de 2,01%. A carcaça registrou um valor médio de R$ 10,08, ante os R$ 9,99 praticados na semana passada, com valorização de 0,88%.
As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 100,259 milhões em agosto (10 dias úteis), com média diária de US$ 10,025 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 45,152 mil toneladas, com média diária de 4,515 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.220,40.
Na comparação com agosto de 2019, houve avanço de 102,15% no valor médio diário exportado, ganho de 102,71% na quantidade média diária e retração de 0,28% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 138,00 para R$ 143,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo passou de R$ 4,45 para R$ 4,50. No interior do estado a cotação aumentou de R$ 6,60 para R$ 6,80.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração subiu de R$ 4,50 para R$ 4,60. No interior catarinense, a cotação avançou de R$ 6,80 para R$ 6,95. No Paraná o quilo vivo aumentou de R$ 6,90 para R$ 7,00 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo avançou de R$ 4,55 para R$ 4,60.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração subiu de R$ 4,60 para R$ 4,70, enquanto em Campo Grande o preço avançou de R$ 5,80 para R$ 6,00. Em Goiânia, o preço aumentou de R$ 7,30 para R$ 7,50. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno seguiu em R$ 7,80. No mercado independente mineiro, o preço subiu de R$ 7,80 para R$ 7,90. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado aumentou de R$ 4,50 para R$ 4,60. Já em Rondonópolis a cotação passou de R$ 5,80 para R$ 6,10.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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