Soja dispara e atinge R$ 112 a saca para setembro em Rio Grande, seguindo dólar

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     Porto Alegre, 24 de abril de 2020 – Embalados pelo câmbio, os preços da soja dispararam no mercado brasileiro nesta sexta-feira. A moeda rompeu a casa de R$ 5,70 durante o dia e houve registro de negócios com soja a R$ 112,00 para setembro no porto de Rio Grande, o maior patamar da história.

     A movimentação ganhou ritmo e SAFRAS calcula que cerca de 1,5 milhão de toneladas trocaram de mãos.

     Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 100,00 para R$ 103,00. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 99,50 para R$ 102,00. No porto de Rio Grande, o preço pulou de R$ 105,00 para R$ 106,50.

     Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 97,00 para R$ 100,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca aumentou de R$ 104,50 para R$ 107,00.

     Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 94,00 para R$ 95,50. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 87,00 para R$ 88,00. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 90,50 para R$ 92,00.

     Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços mais baixos. Apesar do anúncio de novas vendas de soja americana, as preocupações com a demanda se acirraram, ainda mais com o aumento da competitividade da commodity brasileira.

     Em meio à crise política no Brasil, após a demissão do ministro da Justiça Sergio Moro, o dólar disparou, atingindo as máximas históricas. Com o real enfraquecido, o sentimento no mercado é de que a demanda chinesa permanecerá voltada ao Brasil.

     O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje mais uma venda de soja para a China, envolvendo 136 mil toneladas. Foram 606 mil toneladas na semana. Outras 125 mil toneladas foram vendidas para o México. Mesmo assim, os contratos cederam.

     Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com baixa de 7,00 centavos ou 0,83% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,32 1/4 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 8,39 1/2 por bushel, com perda de 7,25 centavos ou 0,85%.

     Nos subprodutos, a posição julho do farelo fechou com baixa de US$ 0,50 ou 0,17% a US$ 292,60 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho fecharam a 25,50 centavos de dólar, baixa de 0,54 centavo ou 2,07% na comparação com o fechamento anterior.

     Câmbio

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 2,49%, sendo negociado a R$ 5,6610 para venda e a R$ 5,6590 para compra, renovando a máxima histórica de fechamento. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5550 e a máxima de R$ 5,7450. Na semana, o dólar acumulou alta de 8%.

     Agenda de segunda

– Boletim Focus será divulgado pela manhã pelo Banco Central.

– Inspeções de exportação semanal dos EUA – USDA, 12hs.

– Balança comercial das quatro primeiras semanas de abril – Ministério da Economia, 15hs.

– Condições das lavouras norte-americanas – USDA, 17hs.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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