Porto Alegre, 25 de setembro de 2020 – Os preços da soja dispararam novamente nesta semana no Brasil, atingindo novos patamares históricos. Apesar da correção de Chicago, a alta do dólar e, principalmente, a falta de produto garantem a sustentação das cotações, em meio a uma movimentação arrastadas e ao comportamento regionalizado de preços e negócios.
A demanda localizada distorce as cotações. Houve indicação de negócios a R$ 156,00 a saca no interior do Rio Grande do Sul para entrega em janeiro. A indicação nominal de R$ 150,00 foi atingida em vários estados, como Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Após atingir os melhores níveis em mais de dois anos na semana passada, os contratos futuros em Chicago tiveram uma semana de recuo, acumulando desvalorização de cerca de 4%, com novembro recuando para baixo da casa de US$ 10,00 por bushel. A queda foi motivada por um movimento de realização de lucros devido a fatores técnicos.
Na semana anterior, o mercado foi impulsionado pela forte demanda pela soja dos Estados Unidos, principalmente por parte da China. Esse fator serviu para segurar um pouco o ímpeto do movimento de realização de lucros.
A evolução da colheita nos Estados Unidos traz pressão sazonal. As cotações recuam no mercado físico e o vendedor negocia mais. Essa sinalização deflagrou as vendas técnicas. Além disso, o aumento dos casos de coronavírus na Europa trouxe preocupação sobre a economia mundial. Os investidores buscaram opções mais segura, se desfazendo de commodities.
Esse movimento favoreceu o dólar. A moeda norte-americana subiu na comparação com diversas unidades monetária. Na relação com o real não foi diferente. O dólar se aproxima de R$ 5,60, sendo fator de ajuda na elevação das cotações domésticas.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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