Segunda quinzena derruba preços de carne suína, com consumo enfraquecido

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Porto Alegre, 25 de agosto de 2023 – A semana teve preços com viés de queda tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o declínio nas cotações foi motivado pelo consumo mais fraco registrado na segunda quinzena de agosto, diante do processo de descapitalização das famílias e reposição mais fraca entre atacado e varejo.

De acordo com Maia, outro fator negativo é o desempenho da carne bovina no mercado. “O boi gordo e os cortes do atacado do boi estão caindo bem forte, em uma situação bem crítica. Isso acaba pesando nos preços da carne suína, que ocupa terceiro lugar nas proteínas mais desejadas pelo brasileiro”, explica.

“Os frigoríficos tentam acessar um preço mais baixo da carne suína, avaliando a questão do atacado e a carcaça caindo bem”, ressalta. “Em relação a exportação, a carne suína evolui bem e deve fechar o mês com um volume novamente acima de 100 mil toneladas. Contudo, o preço internacional da tonelada não progride e isso pode afetar as margens das indústrias”, pontua.

O analista explica que os preços do milho estão caindo e os custos de nutrição seguem com viés de baixa. “Contudo, os preços não estão melhorando por conta da situação que o próprio mercado de carne suína se encontra”, conclui.

Preços

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país recuou 3,32% na semana, passando de R$ 5,90 para R$ 5,70. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado diminuiu de R$ 10,44 para R$ 10,04 e a média da carcaça de R$ 9,31 para R$ 8,89.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo teve baixa de R$ 124,00 para R$ 115,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo teve estabilidade de R$ 5,15 e no interior do estado recuou de R$ 6,05 para R$ 5,90.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração continuou em R$ 5,10. No interior catarinense, o quilo vivo caiu de R$ 5,95 para R$ 5,85. No Paraná o preço do quilo vivo teve baixa de R$ 6,20 para R$ 5,95 no mercado livre e, na integração, seguiu em R$ 5,25.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve desvalorização de R$ 5,80 para R$ 5,60. Na integração, por outro lado, os preços se mantiveram em R$ 5,10. Em Goiânia, o quilo vivo diminuiu de R$ 6,40 para R$ 5,95, no interior de Minas Gerais de R$ 6,70 para R$ 6,30 e, no mercado independente, de R$ 6,90 para R$ 6,40. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis apresentou recuo de R$ 5,80 para R$ 5,65, na integração do estado, seguiu em R$ 5,10.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 105,832 milhões em agosto (9 dias úteis), com média diária de US$ 11,759 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 43,904 mil toneladas, com média diária de 4,878 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.410,50.

Em relação a agosto de 2022, houve alta de 6,6% no valor médio diário, ganho de 5,5% na quantidade média diária e avanço de 1,0% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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