São Paulo, 17 de março de 2025 – A SLC Agrícola informou na semana passada que celebrou contrato particular de compra e venda de imóveis rurais, com a Agrícola Xingu S.A. O objeto desse contrato é a aquisição de 39.987 hectares físicos, correspondente a uma área localizada no município de São Desidério, estado da Bahia, atualmente arrendados pela SLC- MIT, subsidiária da SLC Agrícola, Fazenda Paladino, mas que pertenciam aos japoneses da Mitsui.
Às 15h10, a ação recuava 3,43%, para R$ 17,99.
Adicionalmente, a aquisição de 7.835 hectares físicos, localizados no município de Unaí, estado de Minas Gerais, área integrante da Fazenda Pamplona, com adição de apenas 502 hectares ainda não operados pela companhia através de arrendamento. O valor total das operações é de R$ 913 milhões.
Para o Santander, a transação terá um efeito neutro no curto prazo, mas com potencial de alta opcional. “A aquisição deve permitir que a SLC reduza sua dependência de contratos de arrendamento, ao mesmo tempo em que aumenta sua exposição a uma região com valorização acima da média no valor da terra. Portanto, reiteramos nossa classificação de outperform (compra), com preço-alvo de R$ 25/ação”, explicou.
Segundo o Santander, o portfólio atual da SLC é avaliado em aproximadamente R$ 57 mil por hectare plantado. Em contraste, o preço de aquisição dos ativos da Mitsui é de R$ 33 mil por hectare, representando um desconto de 40% em relação ao portfólio consolidado. “Os ativos da Bahia, que respondem por 80% do valor da transação, foram adquiridos a uma avaliação de 250 sacas de soja por hectare. Isso está alinhado com listagens regionais comparáveis, apesar da aquisição abranger um tamanho de parcela três vezes maior do que qualquer outra área atualmente disponível para venda”, comentou o Santander.
Por fim, os analistas do Santander citaram que um estudo da Scot Consultoria descobriu que os preços das terras agrícolas em todo o Brasil aumentaram 113% entre 2019 e 2024, em comparação com um aumento de 200% na região do MATOPIBA (formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Acreditamos que os investidores normalmente não precificam a valorização da terra antecipadamente, posicionando isso como uma opcionalidade atraente nos níveis de avaliação atuais”, concluiu.
O BTG Pactual destacou que, com o anúncio da transação, a estimativa é que a SLC tem R$ 1,2 bilhão comprometido em parcelas de M&A para 2025 e R$ 480 milhões para 2026, o que significa que a empresa provavelmente precisará se alavancar um pouco mais. A SLC encerrou 2024 com uma taxa de alavancagem de 1,8x EBITDA, abaixo da orientação suave de 2x, o que pode justificar por que eles buscaram outra aquisição significativa.
“A ação continua sendo uma das nossas principais escolhas, pois acreditamos que a SLC oferece uma rara mistura de crescimento e valor, garantindo terras de alta qualidade a um preço atraente enquanto opera no fundo do ciclo de commodities”, conclui o BTG, que manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 24/ação.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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