SAFRAS estima produção recorde de café do Brasil de 68,1 mi scs

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     Porto Alegre, 13 de março de 2020 – O Brasil deve colher uma safra recorde de café este ano (2020/21), chegando a um total de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, e superando o recorde anterior de 2018/19, quando o país colhera 64,85 milhões de sacas. Os números partem de levantamento de SAFRAS & Mercado para a safra, realizado através de sondagem junto a cooperativas, produtores, exportadores, comerciantes, armazenadores e secretarias de agricultura.

     A safra 2019/20 foi mantida em 57,05 milhões de sacas. Assim, SAFRAS estima uma elevação de 19,4% na produção 2020/21.

     A produção de arábica está indicada em 2020/21 em 48,20 milhões de sacas, com aumento de 23,4% no comparativo com a safra 2019/20 (39,05 milhões de sacas). Já a safra 2020/21 de conilon é estimada por SAFRAS em 19,9 milhões de sacas, com incremento de 10,6% contra 2019/20 (18 milhões de sacas).

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, responsável pela estimativa, as chuvas desse início de ano, embora tenham trazido estragos em algumas estruturas, não trouxeram prejuízos às lavouras de café. “Pelo contrário, favorecem a granação (formação de grão) e reforçam as projeções, não só de uma safra recorde, como também mais graúda. E isso é muito positivo para o produtor, que terá quantidade e qualidade de café para poder aproveitar a alta nos preços observada desde o final do ano passado”, comenta.

     Barabach destaca que a base de comparação produtiva é o recorde obtido na safra brasileira de 2018 (última de ciclo alto dentro da bienalidade cafeeira). A produção de arábica em 2020 deve ficar ligeiramente abaixo do recorde anterior. Enquanto no Sul de Minas a expectativa é que a produção supere a referência de 2018, em regiões como o Cerrado e as Matas de Minas o clima adverso tirou potencial produtivo, com produção não devendo alcançar os níveis de 2018, comenta. “Em linhas gerais, a produção de arábica do Brasil, por conta da falta de chuvas em algumas regiões na pré-florada, não deve atingir o potencial produtivo das lavouras e, por isso, a safra de arábica 2020 deve ficar ligeiramente abaixo de 2018”, conclui.

     No entanto, a produção de conilon deve seguir crescendo. Barabach lembra que entre os anos de 2015 a 2017 as safras de conilon, especialmente do Espírito Santo, sofreram com a falta de chuva. Agora, apoiado no clima mais favorável e em fortes investimentos nas lavouras, a produção segue dentro de um ciclo de crescimento produtivo e, com isso, potencializa safra 2020 bem acima da referência produtiva de 2018.

Comercialização

     Segundo levantamento de SAFRAS, a comercialização da safra de café do Brasil 2019/20 (julho/junho) chegou a 86% até o dia 10 de março. Em relação ao último levantamento, a comercialização evoluiu em 4 pontos percentuais.

     As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 80% da safra 2018/19 estava comercializada até então. A comercialização está também acima da média dos últimos 5 anos, que é de 84% para esta época.

     Com isso, já foram comercializadas 49,23 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2019/20 de café brasileira de 57,05 milhões de sacas.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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