Porto Alegre, 18 de março de 2022 – A produção brasileira de café em 2022/23, que terá a colheita iniciada nos próximos meses, deve chegar a 61,10 milhões de sacas. A estimativa parte de levantamento de SAFRAS & Mercado. Embora represente uma recuperação de 8% em relação a 2021/22, ainda corresponde a uma baixa de 12% em relação ao recorde colhido em 2020.
A produção de arábica, mais vulnerável ao revés climático, deve crescer 11% em relação ao ano passado e alcançar 38,80 milhões de sacas. Na comparação com o que foi colhido em 2020 representa uma queda de 23%. Em volume, corresponde a uma perda de potencial produtivo de 11,40 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, esse é o tamanho do estrago produtivo causado pela seca e geada no Brasil. “Praticamente todas as regiões produtoras de arábica perderam potencial de carga produtiva, com destaque negativo ao Sul e Cerrado de Minas e a região da Mogiana em São Paulo”, comenta.]
Já a produção de conilon, ele indica, segue em ascensão no Brasil, o que atenuar as perdas potenciais do arábica. A safra de conilon é beneficiada pelo clima favorável e preços altos. E deve alcançar 22,30 milhões de sacas esse ano, com alta de 3% em relação à temporada passada. “É bom notar que o conilon sustenta aumentos produtivos desde 2017/18, quando por causa da seca no Espírito Santo colheu apenas 12,20 milhões de sacas. O rejuvenescimento do parque, especialmente no Espírito Santo, garante a boa performance produtiva dos últimos anos”, afirma Barabach.
COMERCIALIZAÇÃO 2022/23
Levantamento de SAFRAS & Mercado indica que até o último dia 14 de março as vendas revisadas da safra 2022/23 alcançavam 28% do potencial produtivo. E, assim, caminham em linha com igual época do ano passado. As vendas de arábica alcançam 33% e apesar do começo mais ativo já trabalham abaixo dos 35% do mesmo período em 2021.
No conilon, a comercialização chega a 21% e continua bem acelerada em relação a igual época do ano passado, quando o comprometimento girava em torno de 16% da produção. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, o preço levou as indústrias locais, em particular torrado e moído, a antecipar suas compras com conilon, justificando a melhor performance na comercialização da safra 2022. A indústria adota agora uma postura mais curta, diante da proximidade da safra e da queda nos preços, comenta.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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