Porto Alegre, 09 de junho de 2021 – Os estoques finais de café do Brasil na temporada 2021/22 deverão ficar em apenas 2,48 milhões de sacas de 60 quilos, tendo queda de 57% no comparativo com os estoques finais de 2020/21, indicados em 5,83 milhões de sacas. As projeções são de SAFRAS & Mercado.
A oferta total do Brasil 2021/22 é projetada em 62,33 milhões de sacas de 60 quilos, somando produção e estoques iniciais, com queda de 16% contra 2020/21, que tem oferta total indicada em 73,88 milhões de sacas.
A produção brasileira 2021/22, de acordo com a estimativa de SAFRAS & Mercado, é colocada em 56,5 milhões de sacas, 19% a menos que em 2020/21, quando o país colheu uma safra recorde de 69,6 milhões de sacas. A oferta total 2021/22 é composta pela produção de 56,5 milhões de sacas mais os estoques iniciais (5,83 milhões de sacas).
SAFRAS estima as exportações brasileiras 2021/22 em 38,35 milhões de sacas, com diminuição de 18% contra 2020/21 (46,85 milhões de sacas).
O consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, destacou que a projeção da safra brasileira 2021 sofreu uma leve correção negativa, por conta do clima irregular nos primeiros meses deste ano. “É bom salientar que o efeito da estiagem em abril e boa parte de maio será melhor captado com o andamento da safra e avanço do beneficiamento”, observa.
No lado da demanda, SAFRAS fez um ajuste no consumo doméstico, com base em informações revisadas da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café). E também uma forte correção para cima nas projeções de exportações na temporada 2020/21, ajustando-se a performance parcial de embarques. “Preço alto e grande disponibilidade justificam o ritmo acelerado de embarques no 1º semestre de 2021”, avalia Barabach. Com isso, SAFRAS elevou a projeção de embarques de café próximo a 47 milhões de sacas em 2020/21, ampliando o recorde.
Barabach indica que o cenário para 2021/22 é de forte aperto na oferta. “Nem mesmo a recuperação nos estoques ao final da temporada em 2020/21 foi capaz de atenuar o efeito da quebra da safra brasileira 2021”, colocou.
Nesse sentido, SAFRAS projeta queda de 18% no potencial exportável, que cairia para 38 milhões de sacas (verde+solúvel+torrado-moído). “Mas o tombo no fluxo de embarques não será suficiente para conter o recuo em 57% nos estoques, projetados em 2,48 milhões de sacas ao final do ciclo 2021/22. Isso representa uma relação estoque-consumo de 12%, que confirma o aperto e traz preocupação ao abastecimento, explicando a firmeza dos preços”, conclui Barabach.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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