Porto Alegre, 3 de janeiro de 2025 – As projeções para a carne suína brasileira em 2025 indicam mais um ano de crescimento, mas com desafios a serem enfrentados, especialmente no primeiro semestre. A previsão é de que os preços do suíno vivo enfrentem dificuldades para avançar, em meio a custos de produção mais firmes. O milho, principal insumo do setor, deve pressionar as margens devido à expectativa de uma safra de verão curta, enquanto os fretes também tendem a subir com o escoamento da safra recorde de soja, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis.
O consumo interno deve desacelerar no início do ano, após o impulso sazonal das festas de fim de ano de 2024. Por outro lado, os cortes bovinos devem permanecer com preços elevados, em função da inversão do ciclo pecuário, o que pode beneficiar o mercado de carne suína, tornando-a uma alternativa mais acessível para os consumidores.
A produção brasileira de carne suína deve crescer de forma moderada, reflexo dos lucros alcançados em 2024, que incentivam investimentos tanto por parte dos suinocultores quanto das indústrias. Segundo estimativas de Safras & Mercado, a produção deve alcançar 5,522 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 2,4% em relação às 5,391 milhões de toneladas projetadas para o fechamento de 2024.
O analista de Safras & Mercado, Allan Maia, avalia que no mercado externo as exportações prometem seguir em alta, com o Brasil conquistando maior participação no mercado global. A saída da União Europeia, que enfrenta custos elevados e rebanhos reduzidos, abre espaço para o avanço brasileiro. A expectativa é de que as exportações somem 1,394 milhão de toneladas em 2025, um crescimento de 7,1% em relação às 1,302 milhão estimadas para 2024.
Com uma produção e exportação sólidas, a disponibilidade doméstica de carne suína deve atingir 4,128 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 1,0% em comparação ao ano anterior. Esse crescimento moderado na oferta interna deve contribuir para manter os preços em níveis favoráveis ao longo da cadeia produtiva, fortalecendo a suinocultura brasileira no mercado interno e externo.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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