Porto Alegre, 27 de novembro de 2020 – O mercado brasileiro de suínos registrou dois cenários distintos neste mês de novembro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, no decorrer da primeira quinzena os preços do quilo vivo ficaram firmes, em patamares recorde, com um quadro de oferta e demanda bastante ajustado.
Contudo, na segunda quinzena do mês, as cotações cederam com força. Conforme Maia, os frigoríficos estão com um poder de força maior no ambiente de negócios nos estados neste momento, atuando de maneira retraída, enquanto o volume de ofertas cresce. “Alguns frigoríficos relatam bom posicionamento para atender a demanda do final de ano. Entre o atacado e o varejo é esperado um ótimo fluxo de negócios no curto prazo, com a entrada do décimo terceiro salário e o período de festas de final de ano”, sinaliza.
Pelo lado dos produtores, porém, o fator psicológico pode continuar afetando os negócios no curto prazo. “Os granjeiros podem ir mais ao mercado, antecipando a venda de animais leves, ainda mais considerando o atual cenário de custos elevados”, explica.
Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média mensal de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil baixou 7,71%, de R$ 8,01 para R$ 7,39. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado subiu 0,63%, de R$ 13,63 para R$ 13,71. A carcaça registrou um valor médio de R$ 12,46, queda de 6,65% frente ao fechamento de outubro, quando estava em R$ 13,35.
Outro ponto importante, conforme Maia, diz respeito às exportações. “Nos últimos dias a China começou a impor medidas mais duras com o intuito de evitar a entrada e a propagação da covid-19 em seu território, com bloqueios de vários frigoríficos (incluindo bovinos e suínos, além do setor de pescados) ao redor do mundo. Até o momento, porém, não há relatos em relação a plantas brasileiras. Mas vale uma atenção especial do mercado nas próximas semanas”, alerta.
As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 138,036 milhões em novembro (14 dias úteis), com média diária de US$ 9,859 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 55,644 mil toneladas, com média diária de 3,974 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.480,70.
Na comparação com novembro de 2019, houve avanço de 42,45% no valor médio diário exportado, ganho de 38,12% na quantidade média diária e alta de 3,13% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 180,00 no fim de outubro para R$ 150,00 nesta quinta-feira (26). Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo passou de R$ 5,50 para R$ 5,90. No interior do estado a cotação recuou de R$ 9,00 para R$ 7,90.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração subiu de R$ 5,90 para R$ 6,40. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 9,40 para R$ 8,10. No Paraná o quilo vivo caiu de R$ 9,00 para R$ 8,30 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo subiu de R$ 5,60 para R$ 6,00.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração aumentou de R$ 6,20 para R$ 7,00, enquanto em Campo Grande o preço baixou de R$ 7,50 para R$ 7,30. Em Goiânia, o preço caiu de R$ 9,30 para R$ 7,40. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno retrocedeu de R$ 9,50 para R$ 7,60. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 9,60 para R$ 7,70. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado aumentou de R$ 5,50 para R$ 6,00. Já em Rondonópolis a cotação retrocedeu de R$ 7,90 para R$ 7,40.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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