A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a economia da zona do euro está lidando melhor com as tarifas dos EUA do que se esperava, mantendo os riscos de inflação “bastante contidos”. O BCE manteve as taxas de juros estáveis desde junho e sinalizou que não tem pressa em ajustar a política monetária, com a inflação firmemente próxima da meta de 2%.
Lagarde destacou que os choques comerciais não estão criando novas pressões inflacionárias, permitindo que o BCE evite o clássico dilema entre crescimento estagnado e inflação crescente. As expectativas iniciais de impactos negativos maiores devido às tensões comerciais foram menores devido à ausência de grandes rupturas nas cadeias de suprimentos, ao aumento dos gastos governamentais e à valorização do euro.
A presidente explicou que as tarifas dos EUA coincidiram com uma reavaliação mais ampla da posição americana no sistema financeiro global, com investidores questionando se o dólar manteria seu status de moeda de refúgio seguro. A incerteza afetou o crescimento, mas não tanto quanto o previsto, graças a um acordo comercial que reforçou a confiança mais rapidamente.
Lagarde também ressaltou que os investimentos governamentais, especialmente em defesa, são um fator chave para esse resultado relativamente benigno. Entre 2025 e 2027, espera-se que esses investimentos adicionem 0,25 pontos percentuais ao crescimento da região, compensando cerca de um terço do choque causado pelas tarifas comerciais.

