Porto Alegre, 15 de janeiro de 2021 – O mercado brasileiro para a carne suína teve uma semana de pressão nas cotações, com frigoríficos adotando uma postura mais retraída nas negociações, avaliando que o escoamento da carne evolui de maneira lenta. A avaliação é do analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.
O suinocultor encontra maior dificuldade para reter os animais nas granjas neste momento dado o alto custo da nutrição animal, com milho e farelo de soja em tendência de alta, operando com margens deterioradas. “O fim do auxílio emergencial e aumento das despesas das famílias neste momento são fatores negativos para o consumo. O quadro de disponibilidade de carne suína tende a aumentar no curto prazo, fator que pode resultar em novas quedas de preços”, acrescenta Maia.
Quanto ao milho, o cenário deve ser bastante complicado ao longo do primeiro semestre, devido à safra de verão curta e a logística centrada na soja. “Deste modo, o produtor deve se atentar ao tamanho do alojamento. Dados da exportação de carne suína também merecem atenção ao longo das próximas semanas, com a necessidade de bons fluxos para mitigar parte do cenário negativo”, completa.
China
Os preços de suínos vivos na China em dezembro ficaram em 33 yuans por quilo, alta de 14% mês a mês e no mesmo nível registrado um ano antes. Segundo relatório mensal do banco holandês, Rabobank, relativo a alimentos e agronegócio no país asiático, os preços chegaram a 38 yuans por quilo no início de janeiro, perto dos valores recorde, apesar da liberação de carne suína congelada de reservas estatais.
“Isso reflete a forte demanda sazonal e o aperto da oferta no mercado”, diz o documento assinado pela analista de proteína animal do banco, Chenjun Pan. O Rabobank prevê que os preços devam começar a cair na segunda metade do primeiro trimestre de 2021 e depois cair a um patamar entre 22 e 26 yuans por quilo para o balanço de 2021, ficando de 25 a 30% abaixo da média para 2020.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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