Recuperação de NY permite manutenção da firmeza interna do algodão

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     Porto Alegre, 17 de janeiro de 2020 – O mercado brasileiro de algodão encerrou a terceira semana de janeiro com preços 0,52% superiores aos do fechamento da anterior e atingiu o maior patamar desde 05 de julho de 2019. A indicação média no CIF de São Paulo ficou em R$ 2,71 por libra-peso, acumulando ganhos de 0,7% em relação ao mesmo período do mês anterior. Quando se compara à igual momento do ano passado, ainda amarga perdas de 8,3%.

     Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, os compradores estão retornando ao mercado e têm reportado a dificuldade de encontrar pluma de alto padrão. “Os produtores seguem na defensiva, acreditando em momentos mais oportunos para negociar os lotes remanescentes da safra velha e neste momento mudam o foco para os trabalhos de plantio da safra nova”, explica. “E, quando percebem oportunidades, fecham negócios de safras futuras”, acrescenta.

     A recente firmeza das cotações pode ser creditada à alta expressiva que se verifica tanto no câmbio quanto na Bolsa de Nova York. “O primeiro voltou a se aproximar do patamar de R$ 4,20”, lembra Bento. A segunda, repercutindo a reaproximação entre os Estados Unidos e a China, ultrapassou a linha de 70 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez desde maio de 2019. “Estas duas variáveis combinadas aumentaram a competitividade da pluma brasileira, que sustentada pela paridade de exportação, pode seguir dentro da linha de tendência de alta iniciada em meados de agosto do ano passado”, pondera.

     No FOB do porto de Santos/SP, no final da manhã desta sexta-feira (17) a fibra brasileira era colocada à disposição de compradores internacionais a 66,06 centavos de dólar por libra-peso (c/lb), recuando 1,50% em relação ao fechamento da semana passada e 5,75% quando comparado ao mesmo período do mês passado. Na comparação com o contrato de maior liquidez na Bolsa de Nova York (março/20), o produto brasileiro está 1,56% mais acessível. Há uma semana era indicado por um valor 0,5% inferior e, há um mês, 4,71% inferior. “Isso mostra que o produto brasileiro segue ajustado à paridade de exportação, mantendo-se competitivo em relação ao da fibra norte-americana”, completa o analista.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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