São Paulo, SP – A Raízen divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2026 (1T26) da Safra 2025-26, com prejuízo líquido de R$ 1,843 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 1,065 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. A companhia ressaltou que o resultado reflete os efeitos do Ebitda ajustado, além do aumento das despesas financeiras em razão do maior saldo de dívida e da taxa média do CDI. “É importante destacar que a base de comparação (1T 2425) contempla o reconhecimento de crédito tributário no montante de R$ 1,8 bilhão, referente à
tese de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS”, comentou a Raízen.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 2,199 bilhões, queda de 53,3% em relação ao 2T24. Já o Ebitada ajustado foi de R$ 1,8 bilhão, queda de 23,4% na comparação anual.
“A redução do Ebitda ajustado reflete o desempenho inferior no segmento de Distribuição de Combustíveis Argentina, pontualmente impactado pela parada para manutenção da refinaria, mais extensa que o previsto, e por efeitos negativos de inventário. Em Etanol, Açúcar e Bioenergia (EAB), a menor contribuição decorre do ritmo de moagem inferior e da menor diluição de custos, além da base de comparação mais elevada no 1T 2425, beneficiada por ganhos pontuais reconhecidos no período (+R$ 548 milhões)”, detalhou o relatório.
A receita líquida foi de R$ 54,2 bilhões, queda de 6,1% em relação ao 2T24. O Fluxo de Caixa
Operacional (FCO) ficou negativo em R$ 11,2 bilhões, 22,9% superior ao resultado do mesmo período
do ano passado. “Desconsiderando os efeitos da redução das operações de Convênios com
fornecedores e de Adiantamento de clientes, tanto neste trimestre (1T 2526) quanto no período
comparativo (1T 2425), observa-se uma evolução de aproximadamente R$ 2 bilhões no FCO,
evidenciando a melhora na gestão de capital de giro operacional, ainda que sazonalmente impactada
pelos fatores operacionais e climáticos mencionados anteriormente”, explicou a companhia.
A relação dívida líquida sobre EBITDA ajustado LTM ficou em 4,5x no 2T25, acima do valor
registrado no 1T25 (2,3x). Segundo a companhia, o aumento do saldo da dívida líquida reflete,
principalmente, a substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro (operações de
convênios com fornecedores e adiantamento de clientes) por instrumentos de dívida. Essa mudança
está alinhada à estratégia de gestão dos passivos, buscando maior eficiência e prazos mais
longos. Considerando a métrica de dívida líquida sobre o EBITDA Ajustado LTM, o impacto dessa
substituição foi de 0,8x.
“A variação da dívida liquida versus o 1T 2425 foi de R$ 17,6 bilhões, explicado basicamente
pela estratégia de redução dos elementos de capital de giro mencionados acima (R$ 10,8 bilhões),
e pelo consumo de caixa e accrual da dívida (R$ 6,8 bilhões)”, destacou a Raízen.
Por fim, a companhia ressaltou que os resultados estão em linha o Plano Operacional para o ano,
ainda que fatores conjunturais tenham trazido desafios adicionais no 1T 2526: em EAB, condições
climáticas adversas impactaram o início da safra e a produtividade agrícola; em Distribuição de
Combustíveis, a perda de inventário pela movimentação de estoques pressionou temporariamente as
margens no Brasil e na Argentina, além do efeitos negativos decorrentes da extensão do período de
manutenção da refinaria de Buenos Aires.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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