São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Ontem, durante o segundo dia de seu depoimento ao Senado, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, enfatizou uma abordagem cautelosa e orientada por dados para a política monetária, afirmando que o Fed está aguardando novos desenvolvimentos na inflação subjacente. Ele reconheceu que o recente enfraquecimento do dólar americano reflete uma incerteza mais ampla nos mercados, e observou que o impacto das tarifas na inflação pode ser tanto maior quanto menor do que o esperado.
As perguntas do comitê do Senado foram fortemente voltadas para a redução das taxas de juros, com participantes sugerindo repetidamente que apenas Powell seria capaz de reduzir os altos pagamentos de juros sobre a dívida pública dos Estados Unidos. Powell, no entanto, manteve firmeza em suas respostas.
Segundo o jornal Wall Street Journal, o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria considerando anunciar antecipadamente seu indicado para substituir Powell, em uma tentativa de influenciar a política de juros antes do fim do mandato de Powell, que termina em maio de 2026. Trump tem criticado publicamente a abordagem cautelosa do Fed em relação aos cortes de juros e avalia nomes como Kevin Warsh (ex-membro do Fed), Kevin Hassett (diretor do Conselho Econômico Nacional) e ScottBessent (secretário do Tesouro). A ideia é que um anúncio antecipado, possivelmente ainda neste verão (do hemisfério norte), possa pressionar o mercado e o próprio Powell a adotar uma política monetária mais alinhada aos interesses do governo.
Os investidores também estão de olho no índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio, que será divulgado amanhã. Em abril, o indicador subiu 0,1% em relação ao mês anterior. Em base anual, o deflator do PCE subiu 2,1% em abril, abaixo da previsão de 2,2%. O núcleo do índice, que exclui os itens mais voláteis de energia e alimentos, avançou 0,1% em abril em base mensal. Na comparação anual, o núcleo do deflator do PCE avançou 2,5%, abaixo dos 2,7% registrado em março.
Por aqui, o mercado aguarda os números do IPCA-15 de junho, que será divulgado na quinta-feira (26). Segundo o Termômetro Safras, o índice deve subir 0,30% ante maio. Já a taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses, até junho, deve ser de 5,31%. Em maio, o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,26%, 0,17 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,43% registrada em abril. No ano, o IPCA acumula alta de 2,75% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,32%, abaixo dos 5,53% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2024, a variação havia sido de 0,46%.
Hoje pela manhã, em seu Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central (BC) reduziu a previsão para a inflação em 2025 em 0,1 ponto percentual para 5,5%, na comparação com março, segundo dados divulgados na edição de junho do Relatório de Política Monetária (RPM). Para 2026, a previsão foi diminuída em 0,1, ponto para 4,2%. Para 2027, a Projeção ficou inalterada em 3,4%. As metas de inflação são de 3%, com limite mínimo de 1,5% e máximo de 4,5%.
Em Brasília, cerca de duas horas após ter sido derrubado em votação na Câmara dos Deputados, na
noite de ontem (25), o decreto do governo federal que aumentava alíquotas do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) também foi rejeitado em votação simbólica no plenário do Senado
Federal, que aprovou um projeto de decreto legislativo (PDL) revogatório da medida até então em
vigor. As duas votações representam uma derrota política para o governo, que agora precisará
definir outras formas de arrecadar ou economizar R$ 20,5 bilhões para cumprir a meta fiscal do
orçamento de 2025. Isso porque o governo já bloqueou ou contingenciou outros R$ 31,3 bilhões em
despesas deste ano.
A votação ocorreu em meio ao esvaziamento da Casa por conta das festividades juninas. Muitos
deputados das regiões Norte e Nordeste viajaram para seus estados para participar dos eventos
locais. Para compensar a perda de arrecadação com a possível revogação do aumento do IOF, uma
das alternativas discutidas seria utilizar reservas de dividendos de estatais, como os R$ 10,3
bilhões da Petrobras, R$ 2,5 bilhões do Banco do Brasil e R$ 16,1 bilhões do BNDES.
No setor corporativo, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto
Ardenghy, defendeu as pesquisas para exploração de petróleo na Margem Equatorial, a mais nova
fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas. “Nós temos que fazer essa
atividade exploratória, a perfuração, para que a gente possa trazer essa riqueza para o
benefício da sociedade e do Norte do Brasil”, destacou ele, na abertura do Amazon Energy 2025 & 2o
Evento Pré-COP IBP, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa),
nesta quinta-feira (25), em Belém (PA).
A Petrobras, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, a agência InvestSP
e a Brazilian Energy Council (Brenc) formalizaram um protocolo de intenções para impulsionar o
setor offshore no litoral paulista visando o fortalecimento da cadeia produtiva do petróleo, gás e
energia no Brasil.
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre a responsabilidade civil das
plataformas que operam as redes sociais pelas postagens ilegais feitas por seus usuários. Até o
momento, a Corte tem placar de 8 votos a 2 pela inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da
Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no
Brasil.
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) aprovou o aumento da mistura de biodiesel no
diesel, de 14% (B14) para 15% (B15). Para Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8, empresa
líder em produção de biodiesel, a decisão é muito importante para o Brasil. Segundo ele, o
cumprimento dos mandatos de mistura de biocombustíveis previstos no Combustível do Futuro é o
passaporte que vai garantir que o país embarque os investimentos necessários para a transição
energética e se consolide como uma potência em energia sustentável.
A adoção da mistura de 30% de etanol anidro à gasolina vendida nos postos brasileiros, que
passará a valer a partir de 1º de agosto, representa, de acordo com a União da Indústria de
Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), um avanço histórico para a política energética do país.
Para a entidade, a iniciativa fortalece a soberania nacional, reduz a dependência de combustíveis
fósseis e consolida o papel dos biocombustíveis na transição energética.
Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA

