São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em alta. Como de costume, as manchetes mantêm o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump em destaque, após ele declarar que embora não tenha planos de demitir Jerome Powell do cargo de presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), não descarta essa possibilidade.
Questionado se descartaria totalmente a hipótese de uma demissão, Trump respondeu: “Não descarto nada, mas acho altamente improvável”. O presidente também mencionou que considera Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, como um possível substituto de Powell na liderança do Fed. Trump foi ainda indagado sobre investigações relacionadas a Powell envolvendo supostas irregularidades na reforma da sede do Federal Reserve. Ele declarou acreditar que o presidente do Fed já está sendo investigado por ter gastado “muito mais dinheiro do que deveria” nesse projeto.
Ontem, os juros projetados dos Treasuries dos Estados Unidos fecharam em queda, em meio às conversas renovadas sobre uma possível tentativa do presidente Trump de demitir Powell. Além disso, as tarifas impostas por Trump aos seus principais parceiros comerciais podem estar sendo repassadas aos preços. O índice de preços ao produtor (PPI) de junho ficou estável, abaixo do consenso do Wall Street Journal (WSJ), que previa um aumento de 0,2%.
Combinados com o relatório de inflação ao consumidor (CPI) divulgado na terça-feira, os dados apontam para uma leve aceleração no índice de despesas de consumo pessoal (PCE), segundo analistas. A pressão sobre Powell aumenta as apostas de que o Fed cortará os juros mais rapidamente. Como resultado, os rendimentos de curto prazo caem mais do que os de longo prazo. Economistas consultados pelo WSJ esperam uma aceleração nas vendas no varejo de junho e nos pedidos semanais de seguro-desemprego, que serão divulgados hoje.
O presidente do Fed Nova York, John Williams, afirmou que considera apropriada a manutenção dos atuais juros nos Estados Unidos, diante de incertezas significativas sobre o impacto econômico das tarifas e das políticas comerciais do governo Trump. Williams destacou que, embora exista uma pressão intensa do presidente para a redução das taxas de juros, as novas barreiras impostas aumentaram os preços de vários bens de consumo, como eletrodomésticos, instrumentos musicais e bagagens, mantendo a inflação acima da meta do Fed.
Por aqui, em entrevista coletiva após a reunião com o presidente da Câmara Americana de Comércio para Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, na quarta-feira (16), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, reiterou que o objetivo principal do governo e do setor produtivo é evitar a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos importados do Brasil a partir de 1o de agosto. O vice também comentou sobre a investigação e disse que não é a primeira vez que isso acontece e que serão feitos
esclarecimentos.
O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, disse que tem mantido diálogo com o governo brasileiro e que a reunião deu continuidade. “Existem quase 10 mil empresas que exportam para os EUA. Nosso desejo é de se buscar a construção de uma solução negociada entre os governos e impedir o aumento tarifário. Entendemos que há espaço para resolução”, comentou.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retomou, em parte, decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O único trecho suspenso pelo ministro trata das operações chamadas de risco sacado. O governo buscará uma nova fonte de recursos para compensar a perda de R$ 450 milhões em 2025 e de R$ 3,5 bilhões em 2026 com a decisão de Moraes.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a perda de R$ 3,5 bilhões em arrecadação é pequena diante do tamanho do Orçamento federal, e o governo conseguirá encontrar uma solução. “Nós estamos estudando, nós temos prazo até agosto, nós vamos verificar. Nós estamos falando de um orçamento de R$ 2,5 trilhões, estamos falando de R$ 3 bilhões. É um valor que é possível encontrar a solução”, acrescentou Haddad.
O ministro ressaltou que a solução pode vir do próprio Congresso, que analisa projetos que podem elevar a arrecadação. “Nós não fechamos a peça orçamentária ainda [para 2026]. Então esperávamos, mas nós temos espaço para acomodar, inclusive porque há outros projetos de lei avançando no Congresso, outras ideias surgindo, inclusive muito benéficas para o contribuinte, que acabam melhorando a arrecadação para o ano que vem”, declarou Haddad.
No setor corporativo, o Goldman Sachs divulgou suas estimativas para os resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) da Hapvida, que serão divulgados em 13 de agosto, após o fechamento do mercado, com ajustes no seu modelo para as tendências operacionais recentes da companhia. A análise prevê uma estabilidade no impacto das judicializações do setor no resultado, uma piora na sinistralidade caixa e ligeira melhora no número de beneficiários, porém, ainda com previsão de perdas no intervalo.
A Prio anunciou a conclusão de liquidação de emissão de debêntures de R$ 3 bilhões, em duas séries, de R$ 2 bilhões e R$ 1 bilhão, respectivamente, com prazos de vencimentos em 5 e 7 anos, em 15 de julho de 2030 e 2032. As debêntures foram objeto de oferta pública, destinada exclusivamente a investidores profissionais, com garantia firme, cujo encerramento está previsto para esta quinta-feira (17).
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir de fontes oficiais e estudos econômicos, estima que o principal prejudicado com a leva de tarifas impostas pela Casa Branca a parceiros comerciais são os Estados Unidos, conforme estudo da UFMG. O PIB americano pode cair 0,37% a partir das barreiras tarifárias impostas a Brasil, China e 14 outros países, além das taxas impostas à importação de automóveis e aço de qualquer lugar. O tarifaço pode reduzir em 0,16% o PIB do Brasil e da China, além de provocar uma queda de 0,12% na economia global e uma retração de 2,1% no comércio mundial (US$ 483 bilhões).
O volume financeiro das negociações de Créditos de Descarbonização (CBIOs) na B3, a bolsa do Brasil, alcançou R$ 2,88 bilhões nos seis primeiros meses de 2025. No total, foram emitidos 21,37 milhões de CBIOs, representando mais de 21 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO) equivalentes que deixaram de ser lançadas na atmosfera.
A Avenue, empresa Itaú e pioneira em investimentos nos EUA para brasileiros, anuncia o lançamento dos UCITS ETFs também conhecidos por ETFs Irlandeses, são ativos com vantagens tributárias e sucessórias para investidores. Negociados na bolsa de valores britânica – London Stock Exchange (LSE) – a chegada do produto reforça o pioneirismo da empresa em oferecer ativos internacionais e sofisticados aos clientes, possibilitando uma jornada global de diversificação patrimonial.
A Aura Minerals anunciou que precificou sua oferta pública inicial de distribuição de 8.100.510 ações ordinárias (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, a um preço de US$ 24,25 por ação ordinária, um desconto de cerca de 6% em relação ao preço de fechamento da ação no Canadá. Com isso, a empresa levanta R$ 1,1 bilhão com o IPO.
Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA

