São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. A novela das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve um novo capítulo ontem, com o presidente recuando da imposição de tarifas recíprocas pelo prazo de 90 dias para 75 países que entraram em contato com os EUA para negociações. Já com relação à China, ele aumentou ainda mais as tarifas, subindo para 125%, com efeito imediato.
Hoje, a China declarou que está aberta ao diálogo com os Estados Unidos, mas ressaltou que qualquer negociação deve ser baseada no respeito mútuo e na igualdade. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10). Para Paul Ashworth, economista-chefe para a América do Norte da Capital Economics, quando a poeira finalmente baixar, a tarifa efetiva dos Estados Unidos sobre a China deve ficar em torno de 60%.
Ontem, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comemorou a decisão do presidente dos EUA de suspender tarifas planejadas sobr produtos de outros países. von der Leyen reiterou a proposta de “tarifa zero por zero” que a União Europeia fez ao governo Trump para resolver o que consideram desequilíbrios nas políticas comerciais entre as duas regiões. “Tarifas são impostos que só prejudicam empresas e consumidores”, afirmou. “Por isso sempre defendi um acordo de tarifa zero por zero entre a União Europeia e os Estados Unidos.”
Os principais índices do mercado de ações asiático fecharam o pregão desta quinta-feira em alta, em um movimento liderado pela Bolsa de Tóquio, que disparou mais de 9% após decisão de Trump de suspender por 90 dias das chamadas tarifas “recíprocas” mais altas. A decisão de Washington teve efeito imediato nos mercados, reduzindo a percepção de risco de curto prazo e estimulando a recompra de ativos. Na China continental, os principais índices avançaram apoiados na expectativa de novos estímulos econômicos por parte de Pequim.
O mercado também fica de olho na divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) referente a março. Em fevereiro, o CPI subiu 0,2%, depois de alta de 0,5% em janeiro. Com isso, a inflação anualizada alcançou 2,8%. O núcleo do CPI, que exclui gastos com comida e energia, avançou 0,2% em fevereiro e 3,1% nos últimos 12 meses.
Onte, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) Cleveland, Beth Hammack, afirmou que os mercados financeiros dos EUA continuam operando normalmente, apesar da recente volatilidade nos títulos do Tesouro provocada pelas políticas comerciais do presidente Trump. Ela enfatizou que o sistema financeiro demonstra resiliência, com negociações ocorrendo sem interrupções significativas. Suas declarações visam acalmar preocupações sobre possíveis disfunções no mercado de títulos, crucial para o financiamento da dívida pública e a transmissão da política monetária.
Já o presidente do Fed Minneapolis, Neel Kashkari, alertou que as tarifas comerciais impostas recentemente pelos EUA podem desancorar as expectativas de inflação, mesmo que também pressionem o crescimento econômico. Em um ensaio divulgado pelo banco, ele destacou que as tarifas elevam o custo de vida no curto prazo, tornando mais difícil para o Fed cortar os juros, mesmo em um cenário de desaceleração e possível aumento do desemprego.
Por aqui, hoje pela manhã saíram os números do setor de serviços, que cresceu 0,8% em fevereiro frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Com isso, o setor se encontra 16,2% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024). Na série sem ajuste sazonal, frente a fevereiro de 2024, o volume de serviços avançou 4,2%, sua 11ª taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi de 2,6% e o acumulado em 12 meses em fevereiro de 2025 (2,8%) repetiu o ritmo de crescimento verificado no mês anterior (2,8%).
No setor corporativo, a Azul informou que encerrou o prazo para exercício do direito de preferência para subscrição de novas ações ordinárias e novas ações preferenciais emitidas pela Companhia no âmbito do aumento de capital aprovado pelo Conselho de Administração da companhia em reunião realizada em 20 de fevereiro de 2025. Durante o período de exercício do Direito de Preferência, foram subscritas 1.200.000.063 novas ações ordinárias e 152.924 novas ações preferenciais, ao preço de R$ 0,06 por nova ação ordinária e R$ 4,50 por nova ação preferencial, totalizando um valor de R$ 72,6 milhões.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou Câmara de Conciliação de Precatórios da Procuradoria Geral do Município de São Paulo aprovou as duas últimas propostas de acordos formuladas pela companhia para liquidação dos créditos de precatórios, no âmbito do Edital de Convocação para acordo nº 1/2024. Considerando os parâmetros previstos, estima-se o pagamento do valor de R$ 1,48 bilhão (data base fev/2025) à Sabesp no prazo aproximado de até 6 meses. Reitera-se que essa estimativa de valor poderá sofrer variação em razão dos cálculos do DEPRE TJSP.
O tráfego total de veículos nas rodovias da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) registrou alta de 2,1% em março, na comparação anual, para 106,9 milhões de veículos equivalentes, segundo boletim mensal de tráfego divulgado pela companhia. Na comparação trimestral, o tráfego total de veículos cresceu 1% em relação ao primeiro trimestre de 2024, chegando a 314,1 passageiros.
Emerson Lopes / Safras News
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