São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com o esperado encontro entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Vladimir Putin (Rússia), que acontecerá hoje, em Anchorage, no Alasca, às 16h (horário de Brasília). Em pauta está a guerra da Rússia com a Ucrânia. Após o encontro, está prevista uma entrevista coletiva com os dois líderes.
Ontem, Trump reduziu as expectativas a respeito do resultado do encontro com Putin. Ele chegou a dizer que será mais um “exercício de escuta”, embora espere que corra bem o suficiente para outra reunião envolvendo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky logo depois, e ameaçou com “consequências severas” se isso não acontecer.
Já Putin tem outros objetivos. A economia russa está sob pressão por conta dos gastos com a guerra na Ucrânia, e ele precisa de Trump para ajudar a Rússia a sair da camisa de força das sanções ocidentais cada vez mais rigorosas. Além disso, Putin tem a esperança de fazer um novo acordo de controle de armas nucleares para substituir o último, que expira em fevereiro do ano que vem.
A semana também mostrou que a inflação nos EUA ainda não foi vencida. Ontem, o Indice de Preços ao Produtor (PPI), uma medida da inflação no atacado dos Estados Unidos, subiu 0,9% em julho na comparação mensal. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam alta de apenas 0,2% no período. O índice acima do esperado reduziu o otimismo trazido por outro dado de inflação divulgado no início da semana, que indicou algum arrefecimento nos preços ao consumidor. O Indice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho havia aliviado temores de que as tarifas estivessem provocando aumentos rápidos nos preços.
Apesar do número mais alto de inflação, os contratos futuros dos Fed Funds ainda precificavam
cerca de 93% de chance de um corte de juros em setembro, segundo a ferramenta FedWatch da CME,
apenas ligeiramente abaixo do nível do dia anterior. No entanto, as apostas de um corte de 0,5
ponto percentual foram eliminadas. Essas leituras de inflação chegam antes do encontro anual do
Federal Reserve com os principais bancos centrais do mundo em Jackson Hole, Wyoming, de 21 a 23 de
agosto, organizado pelo Fed de Kansas City, que costuma influenciar as decisões futuras de
política monetária.
Hoje foram divulgados números sobre a economia chinesa, que apontou uma alta de 5,7% na produção
industrial em julho em base anual. A previsão era de alta de 5,9% em base anual. Segundo Lynn Song,
economista-chefe da Grande China da ING, a resiliência da demanda externa tem sido um fator
importante para a produção industrial neste ano. Com a trégua da guerra comercial entre EUA e
China prorrogada por mais 90 dias, e outros concorrentes em geral enfrentando tarifas mais altas dos
EUA a partir de agosto, o cenário sugeriria que a demanda poderia permanecer relativamente estável
durante boa parte do restante de 2025. A taxa de desemprego na região urbana da China ficou em 5,2%
em julho, acima do índice de 5% registrados em junho. Já as vendas no varejo da China aumentaram
3,7% em julho em relação ao ano anterior.
Por aqui, o mercado espera os desdobramentos do plano de contingência do governo federal para
atender empresas brasileiras impactadas pelas novas tarifas comerciais impostas pelos Estados
Unidos, sancionada presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas direcionam R$ 30 bilhões do
Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito com taxas acessíveis, além de ampliar as
linhas de financiamento às exportações; prorrogar a suspensão de tributos para empresas
exportadoras; aumentar o percentual de restituição de tributos federais, via Reintegra; e
facilitar a compra de gêneros alimentícios por órgãos públicos. O governo também anunciou
mudanças no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra) para as Empresas
Exportadoras.
Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que em momento
algum a Câmara deixou de cumprir suas obrigações em relação às respostas às decisões do
governo norte-americano. Deacordo com o parlamentar, as medidas propostas pelo governo federal
terão amplo apoio dentro da Câmara. “Essa MP traz um apoio aos setores afetados pelas tarifas e
será uma prioridade dentro do Congresso. Não vamos hesitar. Vamos proteger nossas indústrias,
empregos, empresas. Esse é o interesse de todos que têm compromisso com o País”, afirmou Motta.
Bons negócios
No setor corporativo, a Cosan divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo
líquido de R$ 946 milhões, acima do prejuízo líquido de R$ 227 milhões registrado no mesmo
período do ano passado (2T24). No primeiro semestre, o prejuízo líquido chegou a R$ 2,7 bilhões,
bem acima do prejuízo líquido de R$ 419 milhões do primeiro semestre do ano passado (1S24).
Segundo a companhia, o resultado reflete o menor resultado de equivalência patrimonial,
parcialmente compensado pela melhora no resultado financeiro. Em relação ao primeiro trimestre
deste ano, o prejuízo líquido recuou R$ 842 milhões.
A IRB (Re) divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$144
milhões, frente ao lucro de R$ 65 milhões no 2T24, um crescimento de 120%. O bom se deve, entre
outros fatores, ao resultado financeiro e patrimonial de R$163 milhões e ao resultado de
subscrição positivo de R$229 milhões. No primeiro semestre (6M25), o lucro líquido foi de R$ 262
milhões, alta de 82% na comparação anual (6M24).
A CPFL divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido consolidado de R$
1,1 bilhão, alta de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro
semestre, o lucro líquido foi de R$ 2,8 bilhões, queda de 1,9% em comparação ao primeiro
semestre de 2024 (1S24).
A Cemig divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 1,88
bilhão, queda de 29,6% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). O lucro ajustado foi
de R$ 1,3 bilhão, em comparação a R$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2024. A alavancagem, medida
pela dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 1,6x, acima do resultado do primeiro trimestre, que
foi de 1,41x.
A 3tentos divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 330,8
milhões, alta de 127,2% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro semestre,
o lucro líquido foi de R$ 523,2 bilhões, alta de 73,2% em comparação ao primeiro semestre de
2024 (1S24). O lucro líquido ajustado foi de R$ 104 milhões, alta de 126.6% em relação ao 2T25.
No primeiro semestre, o lucro líquido ajustado foi de R$ 214 milhões, alta de 23,4% em
comparação ao 1S24.
A Azul divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025, com lucro líquido de R$ 1,29 bilhão,
revertendo o prejuízo líquido de R$ 3,5 bilhões reportado no mesmo período do ano anterior
(2T24). O crescimento foi especialmente forte nos mercados internacionais, onde a capacidade, com a
oferta de voos e assentos, teve um aumento substancial de 37% no 2T25, em comparação com igual
período do 2T24. No primeiro semestre, a companhia registrou lucro líquido de R$ 2,076 bilhões,
revertendo o prejuízo líquido de R$ 4,713 bilhões do mesmo período do ano passado.
A Gol divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo líquido de R$ 1,532
bilhão, queda de 60,8% em relação prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões registrado no mesmo
período do ano passado (2T24). No primeiro semestre, o prejuízo líquido foi de R$ 155 milhões,
alta de 28,7% em comparação ao primeiro prejuízo líquido do primeiro semestre de 2024 (1S24).
A processadora de alimentos Marfrig registrou lucro líquido atribuído ao controlador de R$ 85
milhões no segundo trimestre deste ano, 13,0% maior que R$ 75 milhões registrados no mesmo
período do ano passado. No 2T25, a receita líquida consolidada da Marfrig, considerando a
Operação Continuada Gerencial na América do Sul, foi de R$ 37,8 bilhões, um crescimento de 8,6%
em relação ao 2T24 com destaque para Operação Continuada da América do Sul. No mercado interno,
a receita líquida cresceu 16,6%, para R$ 27,6 bilhões, e no externo, caiu 8,4%, para R$ 10,1
bilhões.
A BRF reportou um lucro líquido societário consolidado de R$ 735 milhões no segundo trimestre de
2025, queda de 32,8% em relação ao lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2024, impactado
pela hiperinflação na Turquia, justificou a empresa, no seu relatório trimestral.
O governo do presidente Donald Trump está em negociações com a Intel para que os Estados Unidos
possam adquirir uma participação na fabricante de chips em dificuldades, informou a Bloomberg
News, citando fontes ligadas com o plano.
Em audiência da Comissão de Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados no dia 12, o
Ministério de Minas e Energia defendeu os esforços por novos blocos exploratórios de petróleo e
gás natural, mesmo diante da transição energética para fontes menos poluentes.
O lucro líquido da LWSA caiu 13,7% no segundo trimestre de 2025, em relação a igual período do
ano anterior, para R$ 15,8 milhões. Já o lucro líquido ajustado somou R$ 44,2 milhões, queda de
0,7% na mesma comparação. No semestre, o lucro líquido cresceu 28,5%, para R$ 30,6 milhões e o
lucro líquido ajustado foi de R$ 79,0 milhões, alta anual de 8,7%.
A LWSA disse que pagará, no dia 26 de agosto, os dividendos cuja distribuição foi deliberada em
reunião do Conselho de Administração da Companhia realizada na presente data, no montante de R$
28,6 milhões, correspondentes a R$ 0,05190865 por ação ordinária, já excluídas as ações em
tesouraria.
O conselho de Administração do Banco do Brasil elegeu, para cumprir o mandato 2025-2027 na
Diretoria Executiva do BB, com posse em 14 de agosto, Gilson Alceu Bittencourt para o cargo de
Vice-Presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar; Alexandre Bocchetti Nunes para o cargo de
Diretor Jurídico; e Pedro Henrique Duarte Oliveira para o cargo de Diretor de Contadoria.
O lucro líquido do Banco do Brasil diminuiu 60,2% no segundo trimestre, para R$ 3,78 bilhões,
enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou
positivo em R$ 3,04 bilhões, caindo 66,1% em relação a um ano antes. No primeiro semestre de
2025, o banco teve lucro líquido ajustado de R$ 11,2 bilhões e contábil de R$ 9,8 bilhões,
quedas de 40,7% e 44,7%, na comparação anual, respectivamente.
O Banco do Brasil comunica que o seu conselho de administração revisou o payout para o exercício
2025, fixando-o em 30%, via juros sobre o capital próprio (JCP) e/ou dividendos.
A YDUQS reportou lucro líquido de R$ 3,1 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 87,5% na
comparação anual. De janeiro a junho, o lucro líquido da companhia encolheu 24,9% e somou R$
131,8 milhões, na mesma base de comparação.
O conselho de administração da Telefônica Brasil aprovou a declaração de Juros Sobre Capital
Próprio (JCP), no montante bruto de R$ 250 milhões, com retenção de imposto de renda na fonte,
à alíquota de 15%, resultando no montante líquido de R$ 212,5 milhões, com base no balanço
patrimonial de 31 de julho de 2025.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) divulgará nesta sexta-feira
(15/08), a atualização quinzenal da safra 2025/2026 de cana-de-açúcar na região Centro-Sul
referente à segunda quinzena de julho. Os dados serão divulgados às 11 horas e incluem a moagem
de cana-de-açúcar, produção de açúcar e de etanol e vendas de etanol.
A incorporadora Cyrela Brazil Realty reportou lucro líquido de R$ 388 milhões no segundo trimestre
de 2025 (2T25), baixa de 6% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. No semestre, o
lucro líquido totalizou R$ 715 milhões, 5% acima do registrado entre janeiro e junho de 2024.
Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA

