São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O bate e assopra do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua no foco dos investidores, que ainda tentam entender quais serão os estragos ou benefícios que as tarifas de importação impostas pelos EUA farão ao comércio mundial e, é claro, ao próprio EUA.
Apesar das decisões de Trump de isentar smartphones e computadores, além de outros dispositivos e componentes como semicondutores, das novas tarifas “recíprocas”, pelo menos por enquanto, anunciar a redução temporária – por 90 dias – das tarifas sobre importações, limitando-as a 10%, e analisar isenções tarifárias sobre veículos e autopeças importados, analistas entendem que a falta de previsibilidade afetará diretamente os investimentos nos EUA, e elevará os preços dos produtos, acarretando em uma possível recessão e pressão sobre a inflação.
Trump afirmou que anunciará tarifas sobre semicondutores importados ainda nesta semana, mas com flexibilidade para algumas empresas. Os EUA dependem fortemente de chips produzidos em Taiwan, um cenário que o governo Biden tentou reverter com incentivos bilionários para fabricantes locais. Já as tarifas farmacêuticas podem variar entre 10% e 25%, com a indústria pressionando por uma implementação gradual e isenções. Analistas esperam decisões até meados de maio, enquanto empresas buscam adaptar suas cadeias produtivas – um processo que pode levar anos devido à complexidade logística.
Ontem, o diretor do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Christopher Waller, disse que as políticas tarifárias da administração Trump representam um grande choque para a economia dos EUA e que podem levar o Fed a cortar as taxas de juros para evitar uma recessão, mesmo que a inflação se mantenha alta. “Com um efeito relativamente pequeno das tarifas sobre a inflação, eu esperaria que a inflação continuasse em seu caminho descendente em direção à nossa meta de 2%. Nesse caso, podem acontecer cortes de juros na segunda metade deste ano”, aponto Waller.
Por aqui, o governo federal envia hoje ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026. A proposta servirá como base para a elaboração do Orçamento da União de 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já afirmou que o governo manterá o objetivo de superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026. Além da meta central, o projeto da LDO prevê uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo, o que permite, por exemplo, um resultado fiscal neutro (déficit zero) sem que a meta seja considerada descumprida.
Nas semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que prevê as receitas e fixa as despesas da União para o exercício. A LOA 2025 estima um superávit primário, após compensações, de R$ 14,5 bilhões, respeitando a meta de resultado primário neutro estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025. O Orçamento sancionado também observa os limites à despesa primária previstos no Regime Fiscal Sustentável, instituído pela Lei Complementar 200/23.
No setor corporativo, o Carrefour Brasil informou que a Península II Fundo de Investimento Financeiro Ações e Península Partners Fundo de Investimento Financeiro em Ações, fundos de investimento sob gestão da Península Partners Gestão de Investimentos Ltda, venderam toda a sua participação de 4,9% do capital social da companhia. Com isso, o acordo de acionistas foi automaticamente rescindido e deixou de produzir quaisquer efeitos em relação às ações de emissão da companhia.
O Banco BTG Pactual comunicou hoje que assinou os documentos definitivos referentes à aquisição de 100% (cem por cento) do capital social da JGP Gestão Patrimonial Ltda., uma gestora do segmento de Wealth Management com R$ 18 bilhões de Assets Under Management (JGP Gestão) (Transação).
A Petrobras informa que recebeu de acionistas que detêm, em conjunto, mais de 5% das ações ordinárias da companhia, a solicitação de adoção de voto múltiplo na eleição de membros do Conselho de Administração na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGO/E) que será realizada no dia 16 de abril de 2025, no modelo híbrido (presencial e virtual).
Emerson Lopes / Safras News
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