São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. A semana começa, assim como o mês de junho, com mais um capítulo da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em abril. Desta vez, Trump afirmou que dobrará as tarifas sobre aço e alumínio importados, passando de 25% para 50% a partir de 4 de junho de 2025. A medida, segundo ele, visa proteger a indústria siderúrgica americana e manter empregos nos EUA.
Na semana passada, uma corte federal de apelações decidiu reverter temporariamente a suspensão das tarifas, que tinha sido autorizada pelo Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, dias antes, afirmando que Trump excedeu sua autoridade ao implementar essas medidas tarifárias.
Para Christopher Waller, governador do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), existe a possibilidade do Fed fazer cortes nas taxas de juros ainda em 2025, não devido a uma desaceleração econômica, mas porque a inflação estaria sob controle. Ele destacou que, se as tarifas comerciais não forem excessivas e os indicadores de inflação e desemprego permanecerem saudáveis, seria possível realizar cortes de juros como “boas notícias”, e não como medida emergencial.
Diferentemente de Waller, a maioria dos colegas do Fed prefere aguardar mais dados antes de agir. No mês passado, Trump criticou publicamente Jerome Powell, presidente do Fed, por não reduzir juros mais rapidamente, embora tenha recuado em ameaças de demiti-lo. A decisão sobre os juros em junho deve manter as taxas atuais (4,25%-4,5%), mas o debate sobre cortes futuros permanece aberto, dependendo do impacto das tarifas e dos indicadores econômicos. Por falar em Powell, investidores ficam de olho em seu discurso, nesta semana, na abertura das comemorações do 75º aniversário da Divisão de Finanças Internacionais do Fed.
A ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), aponta uma alta na possibilidade de cortes nos juros a partir da reunião de 30 de julho. Na última sexta-feira (300, essa estimativa estava em 23,88%, ante 21,97% no dia anterior. Já para o encontro de 17 de setembro, a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual (pp) está em 54,26% (ante 53,41% do dia anterior, e para um corte de 0,50 pp subiu de 12,62% para 14,22%. Já para a reunião dos dias 17 e 18 de junho, o mercado precifica uma possibilidade de 97,89% de manutenção das taxas no atual patamar de 4,25% e 4,5%.
Ainda nesta semana, ainda teremos nos EUA vários indicadores sobre o mercado de trabalho, incluindo o relatório Jolts e a pesquisa ADP, além do aguardado relatório de empreso (payroll), referente a maio, na sexta-feira (6). Haverá também o Livro Bege, o ISM da indústria e do setor de serviços, as encomendas às fábricas, os pedidos de seguro-desemprego, os estoques de petróleo, o saldo da balança comercial, a produtividade e os custos da mão de obra.
Por aqui, o impasse sobre o decreto que aumentou do Imposto sobre Operações Financeiros (IOF) deve continuar acirrando as discussões sobre o perfil arrecadador do governo em detrimento de uma agenda de corte de gastos. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, reagiram fortemente ao decreto. Mesmo que a equipe econômica tenha alertado que não há alternativas ao IOF – ameaçando até mesmo com paralisação da máquina pública, os líderes das duas casas deram 10 dias para o
governo apresentar alternativas (reforma administrativa ou revisão das desonerações) e disseram que o clima neste momento é de derrubada do decreto.
O início de junho marca também as especulações sobre a definição da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 17 e 18. A consensual expectativa de manutenção começa a ser arranhada pelo aquecimento da economia e pelas preocupações fiscais. Ainda que de forma tímida, um possível novo aumento de 0,25 ponto passa a ser considerado, apesar do IPCA-15 de maio abaixo das previsões, Caged e Pnad confirmando um mercado de trabalho aquecido e o PIB do primeiro trimestre dentro cresceu perto do esperado pelo mercado.
Na semana passada, a agência de classificação de risco Moody’s alterou a perspectiva do rating soberano do governo brasileiro para estável, de positiva e afirmou a classificação de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira e ratings de títulos seniores sem garantia em Ba1, o rating sênior sem garantia também foi afirmado em (P)Ba1.
Hoje pela manhã também foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 passou de em 5,50% para 5,46%. Para 2026, a expectativa para a inflação segue estável em 4,50%. A meta para a inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, a previsão para 2025 segue em 14,75%, assim como em 2026, que manteve a previsão de 12,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2025, passou de 2,14% para 2,13%, e para o ano que vem subiu de 1,70% para 1,80%. Sobre o dólar, a cotação para 2025 e 2025 seguem R$ 5,80 e R$ 5,90, respectivamente.
No setor corporativo, a Gol informou que enviou à Justiça dos Estados Unidos relatório operacional mensal referente ao mês de abril deste ano, conforme exigido durante seu processo de Chapter 11. A companhia registrou prejuízo de US$ 78 milhões (R$ 440 milhões) no período. A receita líquida foi de US$ 300 milhões (R$ 1,7 bilhões) e o ebitda de US$ 65 milhões (R$ 368 milhões), com margem Ebitda de 22%.
O edital de chamada pública para seleção de gestor e estruturação de um Fundo de Investimento em Participação (FIP) na área da saúde recebeu 12 propostas de gestores. O FIP foi lançado em abril deste ano pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan (Butantan). Foram protocoladas 12 propostas de diferentes gestores para participar do processo de seleção. E, conforme o edital, a divulgação do resultado está prevista para ocorrer até 15 de agosto de 2025.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 77,6 milhões, por meio da linha Fundo Clima, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, para a implantação de um projeto de silvicultura de espécies nativas em região de Mata Atlântica, no sul da Bahia.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informa que o boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre 31 de maio e 6 de junho traz as primeiras projeções para o final do próximo mês. A Energia Natural Afluente (ENA) estimada para junho está inferior à média em todos os subsistemas. O Sul pode registrar índice de 86% da Média de Longo Termo (MLT), uma condição que deve contribuir para a recuperação dos armazenamentos. Para as demais regiões, a previsão é de que em 30 de junho a ENA alcance os seguintes resultados: Sudeste/Centro-Oeste, 75% da MLT; Norte, 57% da MLT; e Nordeste, 29% da MLT.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou o acionamento da bandeira vermelha, no patamar 1, para o mês de junho de 2025, indicando aumento no custo da energia para os consumidores. Isso significa que as contas de energia elétrica terão cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
A JBS disse que, em complemento às informações sobre o processo de dupla listagem de suas ações no Brasil e EUA, foram obtidos os registros de emissor estrangeiro da JBS N.V. e do Programa de Brazilian Depositary Receipts BDRs Nível II patrocinado perante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), bem como a admissão à negociação dos BDRs pela B3. Além disso, estão concluídas as Contribuições dos Acionistas Controladores.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou as novas versões do edital e dos contratos da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP), resultantes da Consulta e Audiência Públicas nº 06/2024 e aprovadas pela Decisão de Diretoria nº 66/2025. Os novos instrumentos licitatórios contemplam a revisão e o aprimoramento das regras, bem como a inclusão de novos blocos exploratórios.
A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) suspendeu, nesta sexta-feira (30/5), sete empresas e seus respectivos sites de apostas de quota fixa. As medidas cautelares contra bets autorizadas foram aplicadas por descumprimento da obrigação de entregar relatórios de avaliação de segurança dos sistemas de apostas, conforme prevê a regulação federal.
A TIM estabeleceu mais um marco na cobertura 5G do país. Campo Grande (MS), Rio Branco (AC) e Palmas (TO) agora contam com cobertura 100% do sinal de quinta geração da operadora, portanto todos os bairros das três capitais já estão aptos a usufruir da mais avançada tecnologia móvel disponível no Brasil. Ao todo, isso significa um potencial de impactar os mais de 1,6 milhão de habitantes das três capitais somadas.
A B3, bolsa do Brasil, realizou o primeiro registro de Letra de Risco de Seguro (LRS), o título foi emitido pela Andrina SSPE, subsidiária integral do IRB(Re), empresa especializada em resseguros, no valor de R$ 33,7 milhões.
A Petrobras informou que o preço médio de venda de Querosene de Aviação (QAV) da Petrobras para as distribuidoras registrará uma redução de 7,9% a partir de 1º de junho de 2025, o que corresponde a uma redução de R$ 0,28 por litro em relação ao preço de maio de 2025.
O Instituto Combustível Legal (ICL) considera que a assinatura de 16 secretarias de Fazenda estaduais com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o compartilhamento de notas fiscais possibilitará o cruzamento de informações sobre a venda e maior controle sobre a movimentação dos produtos comercializados.
A Associação Nacional dos Consumidores de Energia Elétrica (Anace) divulgou um posicionamento sobre a Medida Provisória (MP) da Reforma do Setor Elétrico, em que argumenta que a proposta não altera as estruturas do setor para promover a modicidade tarifária, apenas transfere custos hoje associados aos consumidores regulados para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), o que pode, inclusive, reduzir a atratividade desse mercado.
Emerson Lopes / Safras News
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