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RADAR DO DIA: Tarifas de Trump; China anuncia reciprocidade de 34%; payroll nos EUA

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São Paulo, 4 de abril de 2025 – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em
queda. A semana termina com os investidores analisando os possíveis efeitos das tarifas de
importação divulgadas na quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O pacote
comercial inclui tarifas universais de 10% sobre todas as importações, além de taxas específicas
para cerca de 60 países, entre eles, 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China, 25% sobre a
Coreia do Sul, 26% sobre a India, e 10% sobre o Reino Unido.

Hoje, a China anunciou que vai impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA. A
tarifa recíproca sobre as importações dos EUA entrará em vigor a partir de 10 de abril, segundo
a Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado.

Segundo o Goldman Sachs, as tarifas afetam o crescimento econômico ao reduzir a renda disponível e
o consumo, gerar volatilidade nos mercados, aumentar a incerteza para investimentos empresariais e
ter um efeito limitado na redução do déficit comercial. “Embora reformas tributárias em
discussão no Congresso possam estimular modestamente a economia, a política fiscal não será
suficiente para compensar os impactos negativos das tarifas e das restrições à imigração em
2024”.

Analistas do Deutsche Bank afirmaram que a União Europeia provavelmente retaliará, mas o processo
será lento, e nem todas as medidas serão inflacionárias. Enquanto isso, a libra esterlina e o
euro tendem a se valorizar, o que pode mitigar parte da pressão inflacionária. No Reino Unido, a
prioridade deve ser um acordo comercial com os EUA, reduzindo a probabilidade de retaliações. “O
impacto na inflação é ambíguo. Tarifas retaliatórias e desvalorizações cambiais pressionam os
preços, mas o menor crescimento e o desvio de comércio para países com tarifas mais altas podem
ter efeito desinflacionário”, apontou o Deutsche Bank.

Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(ApexBrasil), Jorge Viana, o tarifaço de Trump poderá acelerar o processo de acordo entre o
Mercosul e a União Europeia (UE). “As novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos abrirão novas
possibilidades comerciais para o Brasil e demais países. Mas acho que, antes das possibilidades,
vão vir as dificuldades. E é um risco grande. É algo que pode construir uma nova era. Tem alguns
analistas que já falam que pode ser que os Estados Unidos podem estar abrindo agora a era da
China”, acrescentou Viera, que ressaltou ainda que as tarifas serão ruins para todos,
independentemente de você ganhar mais aqui ou perder ali.

Ontem, o dólar comercial fechou a R$ 5,6259 para venda, com desvalorização de 1,17%. O dólar
perdeu força frente ao real, acompanhando o enfraquecimento da moeda norte-americana diante de seus
pares, reflexo do tarifaço dos EUA. Segundo analistas ouvidos pela Safra News, a nova política
tarifária dos Estados Unidos trouxe preocupação e incertezas generalizadas no mercado global. Em
Wall Street, o S&P500 recou 4,84%, e o Nasdaq, 5,97%, ambos registraram as maiores quedas desde a
pandemia de covid-19. O Dow Jones teve queda de 3,98%.

Ainda nos EUA, hoje saem os números do relatório de emprego (payroll) referente a março, com
previsão de criação de 137,5 mil vagas, após a abertura de 151 mil postos em fevereiro, e com
taxa de desemprego se mantendo em 4,1%, segundo analistas consultados pela Agência Safras News. Os
dados são uma mediana produzida a partir das projeções dos economistas, que oscilam entre a
criação de 110 mil a 140 mil vagas, enquanto as estimativas para a taxa de desemprego se
mantiveram entre 4,1% e 4,2%.

Esses números reforçam as preocupações de Wall Street sobre o enfraquecimento das contratações
em meio ao impacto das tarifas comerciais impostas pelo governo Trump. A fraqueza no mercado de
trabalho já havia ficado evidente nos dois primeiros meses de 2025, com a taxa de desemprego
subindo inesperadamente para 4,1% em fevereiro. Além disso, novas tarifas comerciais e dados
recentes de inflação elevada e crescimento econômico lento aumentaram os receios de Wall Street
quanto à possibilidade de estagflação ou até mesmo uma recessão.

Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o Projeto de Lei 2088/23
(PL da Reciprocidade), que permite ao Poder Executivo adotar contramedidas a países ou blocos
econômicos que criarem medidas de restrição às exportações brasileiras, sejam de natureza
comercial (sobretaxas) ou de origem do produto (de área desmatada, por exemplo). O projeto agora
será votado em Plenário.

Segundo o texto aprovado no Senado, as exigências estrangeiras de que produtos nacionais cumpram
requisitos ambientais mais rígidos do que as proteções brasileiras, por exemplo, podem gerar
imposição de taxas nas importações brasileiras de bens estrangeiros. Uma vez que os EUA
registram recorrentes e expressivos superávits comerciais em bens e serviços com o Brasil ao longo
dos últimos 15 anos, totalizando US$ 410 bilhões, a imposição unilateral de tarifa linear
adicional de 10% ao Brasil com a alegação da necessidade de se restabelecer o equilíbrio e a
‘reciprocidade comercial’ não reflete a realidade.

Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA

 

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