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RADAR DO DIA: Tarifas de Trump; bolsas asiáticas em queda livre; Focus mantém IPCA e PIB para 2025/26

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana começa parecida como terminou na última sexta-feira (4), ou seja, com o mercado ainda nervoso diante da implementação das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que confirmou na semana passada o pacote comercial que inclui tarifas universais de 10% sobre todas as importações, além de taxas específicas para cerca de 60 países, entre eles, 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China, 25% sobre a Coreia do Sul, 26% sobre a Índia, e 10% sobre o Reino Unido. No dia seguinte ao anúncio de Trump, a China confirmou que vai taxar as importações dos EUA em 34%. A tarifa recíproca entrará em vigor a partir de 10 de abril.

Os principais índices do mercado de ações asiático fecharam o pregão desta segunda-feira em forte queda, refletindo o agravamento das tensões comerciais entre os EUA e seus parceiros globais. O temor de que a escalada tarifária impulsionada por Washington provoque uma recessão em larga escala levou investidores a uma onda de aversão ao risco.

Segundo Marieke Blom, economista-chefe do ING, países asiáticos com forte dependência das exportações para os EUA devem ser duramente atingidos. Estimativas indicam que nações como Vietnã, Tailândia, Japão e Coreia do Sul poderão sofrer impactos de até 5,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), dada a intensidade das barreiras comerciais e o peso das exportações para o mercado norte-americano.

A maior perda foi registrada em Hong Kong, onde o índice Hang Seng despencou 13,22%, encerrando o dia aos 19.828,30 pontos – o pior desempenho diário desde a crise financeira asiática de 1997. Na China continental, o Xangai Composto caiu 7,34%, aos 3.096,58 pontos, no maior tombo desde fevereiro de 2020, auge das incertezas ligadas à pandemia. Em Tóquio, o Nikkei 225 recuou 7,83%, fechando aos 31.136,58 pontos. Já o sul-coreano Kospi cedeu 5,57%, para 2.328,20 pontos. Ambos os índices atingiram os níveis mais baixos desde outubro do ano passado.

E para deixa o clima ainda mais “bem temperado”, o presidente Trump fez uma postagem na rede social Truth Social afirmando que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve cortar os juros porque ‘não há inflação’ e o ‘petróleo está caindo’. Segundo Trump, as tarifas são boas para os EUA e que elas são a única forma de resolver os déficits que o país tem com a China, União Europeia e outras nações. Ele ressaltou ainda que às vezes “é preciso tomar remédios para consertar alguma coisa”, deixando claro que não parece muito preocupado com os efeitos da turbulência financeira, pelo menos neste momento.

Segundo cálculos da Eurasia Group, considerando todos os anúncios já feitos por Trump, a tarifa média americana chegará a 22%. Cálculos do The Budget Lab da Universidade de Yale mostram que, considerando o conjunto de aumento de tarifas observado ao longo de 2025, o nível de preços nos EUA subirá 2,3%, e haverá uma perda de 0,9 p.p. do PIB americano.

Segundo relatório da corretora G5 Partners, atualmente os EUA consomem 29% de todos os bens produzidos no mundo e produzem apenas 15% deles, daí o déficit comercial que o presidente americano quer eliminar. Portanto, para reduzir esse gap, ou os EUA aumentam sua produção, ou reduzem seu consumo, ou efetuam uma combinação linear das duas coisas. No curto prazo vai acontecer a segunda opção e, no médio prazo, a última, mas uma coisa é certa: o americano médio vai ter que, necessariamente, consumir menos.

Ainda nos EUA, a semana trará a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), os números dos índices de preços ao consumidor e ao produtor, do crédito ao consumidor, dos estoques no atacado e de petróleo, do pedidos de seguro-desemprego, além da confiança do consumidor da Universidade de Michigan (que vem ganhando destaque por conta do receio de queda nas intenções de consumo no país).

Por aqui, na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 manteve o mesmo índice da semana passada, de 5,65%. Para 2026, a expectativa para a inflação também ficou estável, em 4,50%. A meta para a inflação no período é de 3%.

Sobre a taxa Selic, as previsões para 2025 e 2026 seguem estável em 15% e 12,50%, respectivamente. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão ficou estável em 1,97% em 2025. A projeção para 2026 também permaneceu estável em 1,60%. Sobre o dólar, a cotação para 2025 recuou de R$ 5,92 para R$ 5,90. Em 2026, a previsão para o dólar recuou de R$ 6 para R$ 5,99.

Ainda no Brasil, a semana também trará o dados do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na sexta-feira (11), e os números das vendas do Varejo referente a fevereiro. Em janeiro, as vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, recuaram 0,10% ante dezembro. Na comparação com janeiro de 2024, as vendas no varejo subiram 3,1%. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 2,3% em janeiro. A média móvel foi de -0,2%. Frente ao mesmo período de 2024, houve alta de 2,2%, sua 12 alta consecutiva nesta comparação. O acumulado em 12 meses foi de 3,8%.

Emerson Lopes / Safras News
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