São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana será marcada pelas decisões do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, na quarta-feira (18), sobre os juros. A expectativa é que a taxa fique inalterada nos EUA e que aumente 0,25 ponto percentual por aqui.
Segundo relatório de James Knightley, economista-chefe internacional dos Estados Unidos do ING, e Padhraic Garvey, chefe regional de pesquisas para as Américas do ING, o Fed deve manter sua previsão de cortes de juros de 0,50 ponto percentual (pp) tanto para este ano quanto para 2025. No entanto, há risco de que o banco central revise o cenário para um único corte de 0,25 pp ainda em 2025 e reduções de 0,75 pp no próximo ano, refletindo a incerteza em torno da velocidade de desaceleração da inflação após a adoção de novas tarifas.
As recentes tarifas impostas, apesar de terem sido parcialmente revistas após reações negativas do mercado em abril, ainda geram preocupações quanto ao impacto no crescimento econômico. “Quedas acentuadas na confiança do consumidor sugerem risco de queda para o crescimento dos gastos das famílias”, escreveram Knightley e Garvey. Ao mesmo tempo, empresas podem adiar decisões de contratação e investimento diante de um ambiente de negócios incerto. A projeção do ING é que o primeiro corte de juros aconteça apenas em dezembro, com redução de 0,50 pp, seguido de novos ajustes em 2026, totalizando três cortes adicionais de 0,25 pp cada.
Sobre a Selic, apesar do IPCA de maio abaixo do esperado, alta de 0,26%, vários analistas ainda acreditam que o Copom deve elevar os juros “pela última vez” na reunião desta semana. O relatório Copom Watch, do BTG Pactual, apontou revisão na projeção para a próxima reunião do Copom, passando a incorporar uma alta adicional de 0,25 p.p., com a Selic permanecendo em 15% até o fim de 2025.
“Em ambiente de expectativas desancoradas, atividade resiliente e transmissão da política monetária parcialmente obstruída, avaliamos que um ajuste adicional de 0,25 p.p é a estratégia mais eficaz para consolidar o processo de desinflação, assegurando a credibilidade do ciclo já implementado e mitigando o risco de necessidade de aperto mais custoso adiante”.
Segundo o BTG, o recrudescimento do conflito geopolítico entre Israel e Irã amplia o grau de incerteza sobre os preços de energia e se soma a um ambiente já caracterizado por elevada incerteza, expectativas desancoradas e sinais ainda incipientes de moderação da atividade e da inflação subjacente. Nessa conjuntura, ainda que o Copom reitere que os efeitos do ciclo de elevação da taxa Selic já implementado seguem em curso, é possível que o Copom manterá uma postura data-dependent, preservando margem para eventual reavaliação da calibragem, conforme a evolução dos dados.
Por falar no conflito Israel x Irã, a tensão entre os dois países continua alta. Ontem, um oficial informou à agência Reuters que o Irã comunicou aos mediadores Catar e Omã que não está disposto a discutir um cessar-fogo enquanto sofre ataques de Israel. A declaração ocorre em meio a novos confrontos entre os dois países, aumentando o temor de uma escalada do conflito. O Irã afirmou que só aceitará negociações sérias após concluir sua resposta aos ataques preventivos israelenses, segundo a fonte anônima.
Ontem foram divulgados números sobre a economia chinesa, que registrou uma alta de 5,8% na produção industrial em maio, em base anual, segundo dados divulgados pelo departamento de estatísticas do país. A previsão era de alta de 5,9% em base anual. As vendas no varejo aumentaram 6,4% em maio em relação ao ano anterior. Por fim, a taxa de desemprego na região urbana da China ficou em 5% em maio. O índice ficou abaixo dos 5,1% registrados em abril.
Por aqui, hoje será divulgado o Indice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) deve avançar 0,10% em abril ante março, conforme a mediana das projeções coletadas pelo Termômetro Safras. Na comparação com abril do ano passado, o indicador deve subir 2%. Em base mensal, as projeções de sete instituições financeiras variam entre -0,30% e 0,10% (média de 0,0%). Em termos anuais, as previsões apontadas pelas sete ‘casas’ consultadas vão de 0,70% a 2,30% (média de 1,80%).
Em Brasília, a Câmara dos Deputados pode analisar nesta segunda-feira (16) um pedido de urgência para votar um projeto que derruba o decreto do governo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), segundo informações coletadas pelo G1. Apesar de não estar oficialmente pautado, o requerimento foi apresentado pela oposição e tem apoio de partidos do Centrão. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o clima entre os deputados “não é favorável a aumentos de impostos”.
O debate sobre o IOF ocorre em meio a atritos entre o Planalto e o Legislativo devido a um despacho do ministro do STF, Flávio Dino, que exigiu explicações sobre um orçamento paralelo de R$ 8,5 bilhões ligado a emendas. Motta ameaçou travar projetos do governo caso o pagamento dessas emendas seja bloqueado. Líderes partidários, como PP e PL, já sinalizaram oposição ao pacote fiscal.
Para reduzir a pressão, o governo recuou em parte do aumento do IOF, reduzindo a alíquota fixa sobre empréstimos de 0,95% para 0,38%, mas manteve a cobrança diária. Também flexibilizou regras para investimentos em VGBL, isentando valores abaixo de R$ 300 mil em 2025 e R$ 600 mil a partir de 2026. A ministra Gleisi Hoffmann defendeu o decreto como necessário para o equilíbrio fiscal.
Hoje pela manhã também foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 passou de em 5,44% para 5,25%. Para 2026, a expectativa para a inflação segue estável em 4,50%. A meta para a inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, as previsões para 2025 e 2026 segue estáveis em 14,75% e 12,50%, respectivamente. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2025, passou de 2,18% para 2,20%, e para o ano que vem subiu de 1,81% para 1,83%. Sobre o dólar, a cotação para 2025 recuou de R$ 5,80 para R$ 5,77 e, para 2026, passou de R$ 5,89 para R$ 5,80.
No setor corporativo, a Multiplan informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 135 milhões em juros sobre o capital (JCP), correspondente a R$0,23367480683 por ação. O pagamento ocorrerá em 20 de junho de 2025.
A JBS informou aos acionistas que os dividendos declarados na Assembleia Geral Extraordinária da Companhia realizada em 23 de maio de 2025 (AGE), à conta do saldo das reservas de lucros apurado no balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2024, no montante total de R$ 2,218 bilhões, correspondentes a R$ 1 por ação ordinária (Dividendos), serão pagos no dia 17 de junho de 2025.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta sexta-feira (13/06) a liberação de R$ 147,7 milhões para garantir a continuidade das obras de ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná. Os recursos, oriundos da Eletrobrás, serão aplicados em intervenções no canal de navegação de Nova Avanhandava, no rio Tietê, em São Paulo
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre 14 e 20 de junho indica cenários prospectivos para a demanda de carga similares aos da revisão anterior: crescimento no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em três subsistemas. A carga no SIN deve expandir 0,6% (76.169 MWmed). Há perspectiva de aceleração para o Norte, 5,7% (8.146 MWmed) Nordeste, 5% (13.049 MWmed); e o Sul, 2,2% (13.135 MWmed). O Sudeste/Centro-Oeste deve registrar redução de 2,1% (41.838 MWmed), comportamento associado às temperaturas mais amenas observadas no período. Os percentuais comparam as projeções de junho de 2025 com os resultados verificados no mesmo período de 2024
Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA