São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana começa com os investidores mais animados com a perspectiva de queda nos juros nos Estados Unidos, após o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, sinalizar que o Fed pode começar a afrouxar a política monetária já no próximo mês. Analistas acreditam em um corte de 0,25 ponto percentual. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reduza a taxa básica em 0,25 ponto percentual nos dias 16 e 17 de setembro passou de 75% para 91,5%.
Em um discurso contido durante o encontro anual do Fed em Jackson Hole (Wyoming), na última
sexta-feira, Powell disse que a perspectiva básica e o equilíbrio de riscos em mudança podem
justificar um ajuste em nossa política. Ele acrescentou que os riscos parecem estar se deslocando
entre os dois mandatos do Fed: pleno emprego e estabilidade de preços. Também citou mudanças
profundas em políticas fiscais, comerciais e de imigração. Na última reunião, o Fed manteve a
taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%, que está neste patamar desde dezembro do
ano passado.
Os investidores também estão de olho no Indice de Preços do Consumo Pessoal (PCE) referente a
julho, que será divulgado na próxima sexta-feira (29), e da prévia do Produto Inteno bruto (PIB)
do segundo trimestre nos EUA, na quinta-feira (28). Em junho, o PCE subiu 0,3%, após um aumento
revisado para cima de 0,2% em maio. Nos 12 meses até junho, o índice de preços PCE avançou 2,6%,
ante 2,4% em maio.
Por aqui, a expectativa é apra a divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15
(IPCA-15) de agosto, amanhã (26). Em julho, o IPCA foi de 0,26%, 0,02 ponto percentual (p.p.) acima
da taxa de 0,24% de junho. No ano, o IPCA acumula alta de 3,26% e, nos últimos 12 meses, o índice
ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a
variação havia sido de 0,38%.
Em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou no sábado (23) que o Brasil vai superar a
crise comercial aberta com as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos (EUA) e lembrou da
menor dependência em relação ao mercado norte-americano, comparado a décadas passadas.
“Vai passar. Na década de 1980, era 24% a nossa exportação para os EUA, praticamente um quarto
das exportações brasileiras. Hoje, é 12%. E o que está afetado é 3,3%. Isso é o que está
afetado no tarifaço”, observou o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, durante participação em debate sobre conjuntura política
promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília.
“Não vamos desistir de baixar essa alíquota e tirar mais produtos”, insistiu o vice, ao lembrar
que nem todo produto exportado pelo Brasil foi sobretaxado. Cerca de 42% deles ficaram de fora da
alíquota de 50%, enquanto outros 16% foram incluídos em taxas que atingem outros países na mesma
proporção, como é o caso do aço, alumínio e cobre. Alckmin lembrou que, no momento, cerca de
36% das exportações aos EUA são as mais afetadas pela tarifa de 50%, e que elas atingem de forma
mais preocupante alguns setores da indústria de manufatura, como máquinas e equipamentos e
indústria têxtil.
Hoje pela manhã também foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições
financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 passou de 4,95%
para 4,86%. Para 2026, a expectativa para a inflação recuou de 4,40% para 4,33%. A meta para a
inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, a previsões para 2025 e 2026 seguem em 15% e 12,50%, respectivamente. Para o
Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2025 recuou de 2,21% para 2,18%. Para o ano que vem a
previsão passou de 1,87% para 1,86%. Sobre o dólar, a expectativa para este ano passou de R$ 5,60
para R$ 5,59, e para o ano que vem recou de R$ 5,70 para R$ 5,64.
No setor corporativo, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou que os acionistas André
Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e
Helton Coelho Diniz (Família Coelho Diniz) apresentaram pedido de convocação de assembleia geral
extraordinária (AGE) para deliberar sobre a destituição integral do Conselho de Administração e
a eleição de novos membros para o Conselho de Administração.
A Petrobras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
devem iniciar nesta semana a avaliação pré-operacional (APO) no bloco marítimo FZA-M-59,
localizado na Bacia da Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial. As informações são da
Agência Brasil. A APO é um amplo simulado de emergência, exigência que é a última etapa do
processo de obtenção de licença ambiental para exploração de petróleo. O exercício simulado
foi agendado depois de meses de negociação entre a empresa estatal e o órgão do Ministério do
Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que concede a autorização.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) publicaram, na sexta-feira
(22), a Portaria Interministerial nº 12/2025, que dispõe sobre procedimentos excepcionais e
emergenciais relativos às compras públicas de gêneros alimentícios. A medida atende
exclusivamente produtores e exportadores brasileiros impactados pela aplicação de tarifas
adicionais de importação pelos Estados Unidos
Emerson Lopes / Safras News
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