São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em instabilidade. A semana termina com o mercado precificando a possível queda de juros nos Estados Unidos na próxima semana, dia 17, quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) baterá o martelo sobre a política monetária. Nesta semana, os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) mostraram que a inflação ainda é motivo de preocupação, mas a queda na geração de emprego deve levar o Fed a fazer o primeiro corte neste ano. Os traders veem mais de 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual, e a maioria aposta em três cortes até o fim do ano.
Ontem, o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego apontaram 263 mil solicitações, o nível mais alto em quase quatro anos (acima da estimativa de 235 mil). Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia dos EUA está mostrando sinais de desgaste após anos de resistência, com a demanda interna moderando e o crescimento do emprego desacelerando. A porta-voz do FMI, Julie Kozack, afirmou à Reuters que a inflação segue em caminho para alcançar a meta de 2% do Federal Reserve, apesar dos riscos, especialmente decorrentes das tarifas sobre importações impostas pela administração de Donald Trump.
Kozack destacou que a antecipação de importações no início do ano, devido às tarifas, causou volatilidade na atividade econômica no primeiro semestre, e que essas tarifas continuam a contribuir para os riscos inflacionários. O FMI vê espaço para uma possível redução das taxas de juros pelo Fed, mas recomenda que essa medida seja tomada com cautela, observando os dados futuros.
Além disso, houve uma revisão para baixo nos dados de emprego dos EUA, maior do que a média histórica. O governo americano reconheceu que, nos 12 meses até março, foram criados 911 mil empregos a menos do que o estimado anteriormente, indicando que o crescimento do emprego já estava desacelerando antes da imposição das tarifas.
A revisão dos dados pode ser atribuída a vários fatores, incluindo questões estatísticas e erros relacionados a respostas e pesquisas.
Por aqui, hoje será divulgado o desempenho do setor de Serviços, que deve avançar 0,30% em julho ante junho. No comparativo com o mesmo período de 2024, é projetada uma alta de 2,70%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras. As previsões de nove instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,0% e 0,80%, com a média das projeções em 0,32%. Na comparação com julho do ano anterior, as previsões de oito “casas” consultadas variam entre 2,50% e 3,20% (média em 2,74%).
Em Brasília, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou que irá recorrer da condenação determinada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros condenaram Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Dos cinco ministros da Primeira Turma, apenas Luís Fux votou pela absolvição de Bolsonaro.
O Palácio Itamaraty se manifestou ontem sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e rebateu uma ameaça feita, mais cedo, pelo secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, Marco Rubio. O norte-americano chamou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de caças às bruxas e sinalizou novas sanções contra o Brasil.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também se manifestou sobre a condenação de Bolsonaro. Respondendo a questionamento de jornalistas, Trump se disse surpreso com o resultado do julgamento, informou a agência de notícias Reuters.
No fim de julho, os EUA impuseram contra Alexandre de Moraes sanções previstas na chamada Lei Magnitsky, mecanismo previsto na legislação estadunidense usado para punir unilateralmente supostos violadores de direitos humanos no exterior. Entre outros pontos, a medida bloqueia bens e empresas dos alvos da sanção nos EUA. O Brasil também está sob sanções comerciais desde agosto, com taxas de 50% sobre parte das exportações brasileiras ao mercado norte-americano.
No setor corporativo, a Telefônica Brasil informou que o seu conselho de administração, aprovou a declaração de juros sobre capital próprio (JCP), no montante bruto de R$ 400 milhões, com retenção de imposto de renda na fonte, à alíquota de 15%, resultando no montante líquido de R$ 340 milhões, com base no balanço patrimonial de 31 de agosto de 2025. O valor líquido por ação é de R$ 0,10605747744.
A Neoenergia informou que a sua acionista controladora, Iberdrola Energía, celebrou um contrato de compra e venda de ações com a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) para a aquisição da totalidade das ações da Neoenergia detidas pela Previ, representando 30,29% do capital social da Neoenergia, pelo valor de R$ 11,9 bilhões, que corresponde a R$ 32,5 por ação.
A agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings disse que a fusão da Marfrig com a BRF é positiva para o perfil de crédito da Marfrig pois lhe dá acesso total ao fluxo de caixa da BRF e possibilita sinergias operacionais e financeiras significativas, de acordo com a Fitch Ratings. Porém, não altera imediatamente suas classificações.
A Vale informou que recebeu a licença de operação, expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), para as atividades relacionadas à mina do Projeto Serra Sul +20 Mtpa, o qual, uma vez concluído, representará um importante reforço à capacidade produtiva da companhia, além de servir como plataforma estratégica para o crescimento sustentável da produção de minério de ferro da Vale no Brasil.
Emerson Lopes / Safras News
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