São Paulo, 14 de maio de 2025 – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Após a boa notícia da confirmação da trégua temporária da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os EUA reduzindo as tarifas adicionais impostas às importações chinesas de 145% para 30%, e as tarifas chinesas sobre importações dos EUA recuando do 125% para 10%, pelos próximos três meses, ontem o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), dos EUA, referente a abril, mostrou um aumento abaixo do esperado, subindo 0,2% em relação a março. A previsão era um aumento de 0,3%. Nos 12 meses até abril, o índice subiu 2,3%, depois de alta de 2,4% nos 12 meses até março.
Ontem, após a divulgação do CPI, a ferramenta de monitoramento do CME Group, apontou que a maior probabilidade agora é de que o Fed promova um corte acumulado de 0,50 ponto percentual (pp) até dezembro, com 37% de chance. Antes do CPI, o mercado apostava majoritariamente em um corte de 0,75 p.p., que agora representa 30,1% das projeções, leve recuo em relação aos 30,7% anteriores.
Por outro lado, a possibilidade de uma redução mais branda, de 0,25 pp, ganhou tração, subindo de 18,8% para 19,4%, o que indica maior cautela dos investidores quanto ao ritmo de flexibilização da política monetária. Apesar da revisão nas apostas para 2025, setembro continua sendo visto como o mês mais provável para o início do ciclo de cortes ainda neste ano. A ferramenta apontava, ontem, 78,1% de chance de algum nível de corte na reunião de setembro. Para julho, a expectativa predominante é de manutenção dos juros, com 61,4% de probabilidade, frente a 38,6% para um corte.
A semana ainda trará o Índice de Preços ao Produtor (PPI), hoje, além dos números dos estoques de petróleo, os pedidos de seguro-desemprego, os índices do Fed Filadélfia e Nova York de atividade industrial, vendas no varejo, produção industrial e capacidade utilizada, o índice de confiança das construtoras, construção de novas residências, os preços de importação e exportação, e o índice da Universidade de Michigan de confiança do consumidor.
Por aqui, a Bolsa fechou ontem em alta, batendo o recorde histórico de pontuação no patamar acima dos 138 mil pontos, puxado por perspectiva de pausa na taxa básica de juros (Selic), e possibilidade de corte das taxas americanas após o resultado da inflação americana melhor que o esperado. O Ibovespa também atingiu o maior nível no interdiário de 139.418,97 pontos. O principal índice da B3 subiu 1,75%, aos 138.963,11 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 1,58%, aos 140.825 pontos. O giro financeiro foi de R$ 27,1 bilhões. Nos Estados
Unidos, os índices fecharam mistos.
O mercado ainda analisa a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi divulgada na manhã de ontem (13). Na semana passada, o Comitê confirmou as expectativas e elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, ou seja, 14,75%. Segundo o Comitê, as expectativas seguem desancoradas, com as projeções de inflação elevadas, a atividade econômica resiliente e o mercado de trabalho pressionado.
Para o Itaú, embora a ata não feche a porta para um aumento adicional, o comitê parece estabelecer uma barra alta para tal movimento. “Assim, revisamos nossa projeção para a taxa Selic ao final do ciclo para 14,75%. Essa também deve ser a taxa ao final do ano, já que não prevemos condições, nos próximos trimestres, que permitam ao Copom começar a cortar (isso deve ocorrer no início de 2026)”, conclui o banco.
Ontem, o JP Morgan revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, de 1,9% para 2,3%, citando uma melhora no cenário externo com o acordo tarifário entre Estados Unidos e China e uma maior produção agrícola nacional. As informações são da Reuters. Ao mesmo tempo, o banco elevou sua estimativa para a inflação em 2026, de 3,2% para 3,6%.
Anteriormente a instituição projetava que o crescimento do PIB brasileiro superaria expectativas, mas reduziu suas estimativas para incorporar probabilidades de uma recessão norte-americana e uma desaceleração considerável na atividade econômica chinesa. Para 2026, no entanto, o JP Morgan manteve sua projeção de crescimento de 1,2% na atividade econômica brasileira.
A temporada de balanço com os resultados do primeiro trimestre continua nesta semana, com os números da Allos, Rede D’Or, Casas Bahia, Azul, Equatorial, CPFL, Eztec, Cyrela, Marfrig, BRF, Cosan, Gol e Banco do Brasil.
No setor corporativo, a Raízen divulgou o balanço quarto trimestre e ano-safra 2024/25, com prejuízo líquido de R$ 2,513 bilhões, valor superior ao prejuízo líquido de R$ 878 milhões registrado no mesmo período da safra anterior. Já o prejuízo líquido do ano-safra 2024/25 foi de R$ 4,177 bilhões, revertendo o lucro líquido de R$ 614 milhões registrado no mesmo período da safra 2023/24.
A Santos Brasil registrou um lucro líquido de R$ 198,5 milhões no 1o trimestre de 2025, cifra 34,3% superior à reportada um ano antes e com margem líquida de 22,5% (-0,4 pp na comparação anual).
A CVC Corp reduziu o prejuízo contábil para R$ 7,4 milhões, de R$ 34,4 milhões no 1T24. A companhia registrou lucro líquido ajustado, que engloba o percentual da receita sobre as reservas totais, de R$ 24,0 milhões no primeiro trimestre de 2025, 6 vezes maior que o lucro líquido ajustado de R$ 4,1 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, o resultado evidencia “o sucesso das ações tomadas pela administração desde junho de 2023”, dentre elas, destaca a renegociação do endividamento da companhia, “que foi crucial para a melhoria do
resultado financeiro”.
A China reabriu suas portas à Boeing, maior exportadora dos Estados Unidos, após os dois países alcançarem uma trégua temporária em sua guerra comercial.
A SLC Agrícola reportou lucro líquido de R$ 510,7 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), um aumento de 123,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O principal fator que contribuiu para essa variação foi o aumento de R$429,9 milhões no resultado bruto, disse a administração da SLC, no relatório trimestral.
O lucro líquido consolidado da JBS subiu 77,6% no 1o trimestre de 2025, na comparação, totalizando R$ 2,9 bilhões. Excluindo os itens não recorrentes, o lucro líquido ajustado é de R$3,3 bilhões no trimestre.
A B3 informou que o volume financeiro médio diário do segmento listado de ações totalizou R$ 28,773 bilhões em abril deste ano, um aumento de 12,5% na comparação anual, segundo destaques operacionais da companhia no mês passado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira. Em relação ao mês anterior, houve uma alta de 14,4%.
A B3 viabilizou o desenvolvimento e o lançamento do primeiro ETF (Exchange Traded Fund) Híbrido, composto por renda fixa e variável, do Brasil. O ETF é composto por 80% de renda fixa, baseada em títulos públicos que tem a sua rentabilidade indexada à inflação oficial do Brasil, medida pelo índice do IPCA (Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), e outros 20% de renda variável, com ações do S&P 500, um dos principais indicadores de desempenho do mercado de ações norte-americano.
O Programa de Otimização de Contratos, desenvolvido pelo Ministério dos Transportes em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), foi apresentado a investidores nesta segunda-feira (12), em Nova Iorque, durante o terceiro diálogo sobre concessões de rodovias promovido pelo GRI Club. A expectativa é destravar R$ 110 bilhões em investimentos até 2026, em rodovias concedidas à iniciativa privada, por meio do reequilíbrio de contratos considerados estressados, ou seja, com desempenho insatisfatório e defasagens técnicas e financeiras.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, anunciou que o governo brasileiro vai desenvolver uma Política Nacional de Cabos Submarinos para ampliar a infraestrutura digital no país. A proposta abrirá a possibilidade para a criação de incentivos para que novas rotas de cabos sejam instaladas em locais que estão fora do mapa da conectividade submarina principalmente nas regiões Norte e Sul, que atualmente não contam com nenhum ponto de ancoragem.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou o Plano de Ação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração (20252026) com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China (NDRC, na sigla em inglês). A assinatura ocorreu nesta terça-feira (13/05) durante agenda em Pequim, na China.
Emerson Lopes / Safras News
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