São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho, que marcou alta de 0,2% no mês e 2,7% ao ano, hoje será a vez dos números do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês). O mercado ficou animado com os dados do CPI, que vieram dentro do esperado. Com isso, as especulações sobre um possível corte de juros em setembro
aumentaram.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve uma pausa nos cortes de juros nas cinco reuniões realizadas neste ano. Mas, após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que o Fed deveria considerar um corte de 0,5 ponto percentual no próximo mês, os mercados passaram a dar alguma atenção à ideia. A probabilidade de tal movimento que até terça-feira era vista como totalmente descartada agora está sendo precificada em quase 10% nos mercados futuros. Por outro lado, uma continuação da pausa é algo que os traders consideram totalmente fora de cogitação, segundo dados da CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Mary Daly, presidente do Fed San Francisco, declarou que um corte de 0,50 ponto percentual (pp) em setembro “não parece justificado”, argumentando que tal movimento passaria um sinal de urgência que ela não enxerga no mercado de trabalho, e que não há “necessidade de correr atrás” com uma ação tão grande de uma vez. Após a manutenção dos juros no mês passado, o discurso de diversos dirigentes do Fed ficou mais receptivo a cortes, diante de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e inflação moderada. Hoje saem os dados sobre os pedidos de seguro-desemprego da semana encerrada no último sábado. A previsão é de 229 mil pedidos.
Por aqui, analistas repercutem o plano de contingência do governo federal para atender empresas brasileiras impactadas pelas novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, sancionada ontem presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As ações buscam proteger exportadores brasileiros, preservar empregos, incentivar investimentos em setores estratégicos e assegurar a continuidade do desenvolvimento econômico do país.
As medidas direcionam R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito com taxas acessíveis, além de ampliar as linhas de financiamento às exportações; prorrogar a suspensão de tributos para empresas exportadoras; aumentar o percentual de restituição de tributos federais, via Reintegra; e facilitar a compra de gêneros alimentícios por órgãos públicos. O governo também anunciou mudanças no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra) para as Empresas Exportadoras. O programa devolve aos exportadores brasileiros parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva, na forma de crédito tributário,
ajudando a reduzir custos e aumentar a competitividade no mercado externo. A medida aumenta em até
3 pontos percentuais o benefício para empresas cujas exportações de produtos industrializados foram prejudicadas por medidas tarifárias unilaterais. Ou seja, para continuarem competitivas no mercado norte-americano, grandes e médias empresas passam a contar com até 3,1% de alíquota, e as micro e pequenas, com até 6%.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, avalia como positivas as medidas anunciadas pelo governo federal para reduzir os efeitos do tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre os exportadores brasileiros. “Recebemos positivamente pelo fato de contemplar muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e associações setoriais, e também porque englobou dois conceitos básicos: continuar negociando como prioridade e, o segundo, se novas medidas forem necessárias elas serão tomadas”, enfatizou.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou seu apoio ao plano anunciado pelo governo federal para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. “Medidas para preservar empregos, diversificar mercados e assegurar condições justas de comércio internacional são importantes e demonstram compromisso com a defesa dos setores produtivos nacionais”, disse a Fiesp, em nota.
Hoje também saem os dados da Pesquisa Mensal de Serviços referente a junho e o Prisma Fiscal, com números do Ministério da Fazenda sobre estimativas do mercado sobre as contas públicas.
No setor corporativo, a Klabin informou que celebrou memorando de entendimentos com investidor institucional para o investimento em duas sociedades de propósito específico (SPEs), que serão controladas pela Klabin e terão como objetivo principal a exploração de atividade imobiliária, incluindo arrendamento de terras, primordialmente nos Estados do Paraná e Santa Catarina. O patrimônio das SPEs será composto, por parte da Klabin, de aporte de 30 mil hectares de terras produtivas, e, por parte do investidor institucional, aporte de R$ 600 milhões em caixa, na data do fechamento da operação.
O Grupo Casas Bahia divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo líquido de R$ 555 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 37 milhões registrado no mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro semestre, o prejuízo líquido foi de R$ 963 milhões, acima do prejuízo líquido de R$ 224 milhões do primeiro semestre de 2024 (1S24).
A Azul informou que recebeu aprovação do tribunal para diversas moções em seu processo de transformação para o futuro, incluindo seu acordo com a AerCap e a rejeição de múltiplos contratos de arrendamento. Segundo a companhia, essas aprovações marcam um passo importante no amplo plano de transformação da Azul e refletem o avanço contínuo em seu processo de reestruturação.
A Raízen divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2026 (1T26) da Safra 2025-26, com prejuízo líquido de R$ 1,843 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 1,065 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. A companhia ressaltou que o resultado reflete os efeitos do Ebitda ajustado, além do aumento das despesas financeiras em razão do maior saldo de dívida e da taxa média do CDI.
A Taesa divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido regulatório de R$ 299,4 milhões, alta de 1,8% em comparação com o mesmo trimestre de 2024. No primeiro semestre, o Lucro Líquido Regulatório fechou em R$ 487,7 milhões, crescimento de 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Hapvida divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido ajustado de R$
148,9 milhões, queda de 69,6% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro
semestre, o lucro líquido ajustado foi de R$ 565,3 milhões, queda de 42,6% em comparação ao
primeiro semestre de 2024 (1S24).
A Allos divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 201,4
milhões, queda de 35,6% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro semestre,
o lucro líquido foi de R$ 456 milhões, alta de 20,4% em comparação ao primeiro semestre de 2024
(1S24).
O lucro líquido consolidado da JBS subiu 60,6% no segundo trimestre de 2025 (2T25), na comparação
anual, totalizando US$ 528,1 milhões, na comparação com o lucro líquido de US$ 328,8 milhões um
ano antes, impulsionados principalmente pelo desempenho da subsidiária do segmento de frangos
Pilgrims Pride nos EUA e pela resiliência de seus negócios de alimentos processados Seara no
Brasil, apesar do ciclo da pecuária bovina nos EUA ainda desafiador e das tensões geopolíticas
globais, afirmou a JBS, no relatório trimestral. No semestre, o lucro líquido da JBS foi de US$
2,1 bilhões, alta de 2,7% na comparação anual.
A JBS anuncia que firmou um acordo para adquirir e expandir unidade de alimentos preparados em
Ankeny, Iowa, por US$ 100 milhões, com planos de transformá-la na maior fábrica de bacon e
linguiças da companhia nos Estados Unidos. A transação está sujeita às condições habituais de
fechamento.
O conselho de administração da JBS aprovou um plano de recompra de Brazilian Depositary Receipts
(BDRs) de emissão da companhia, que prevê que a companhia poderá adquirir até 19.340.441 BDRs,
correspondentes a 10% dos BDRs em circulação, pelo prazo máximo de 18 meses, iniciando-se em 18
de agosto de 2025.
A SLC Agrícola reportou lucro líquido de R$ 139,8 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), um
recuo de 56,5% em relação ao mesmo trimestre de 2024. No semestre, a companhia registrou lucro
líquido de R$ 650,5 milhões, aumento de 18,2% em comparação a igual período de 2024.
A Ultrapar obteve lucro líquido de R$ 1,151 bilhão no segundo trimestre deste ano na comparação
anual, alta anual de 134% e de 217% versus 1T25, refletindo o maior resultado operacional e o
reconhecimento líquido de créditos fiscais extraordinários de R$ 677 milhões. No semestre, o
lucro líquido da Ultrapar totalizou R$ 1,514 bilhão, alta de 60% ante o mesmo período de 2024.
O lucro líquido consolidado da Eneva, desconsiderando o resultado líquido de participações
minoritárias, foi de R$ 364,5 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), queda de 65,8% na
comparação com igual período do ano anterior. No semestre, o lucro líquido da companhia recuou
25,6%, para R$ 748,9 milhões.
A Engie Brasil informou que, tendo em vista a confirmação do cumprimento das condições
precedentes a que estava sujeita, foi concluída a operação de aquisição, pela companhia, da
totalidade das ações de emissão da Companhia Energética do Jari e da Empresa de Energia
Cachoeira Caldeirão, ativos anteriormente detidas pela EDP Brasil e China Three Gorges Energia
(CTG), nos termos do Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças celebrado entre as
partes em 21 de março.
A Equatorial Energia registrou lucro líquido ajustado de R$ 614 milhões no segundo trimestre de
2025 (2T25), uma alta de 100,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando lucrou
R$ 306 milhões. De forma consolidada, o lucro líquido do período foi de R$ 1,3 bilhão, alta
anual de 85,5%.
O Grupo Unigel informou que foi concedida a tutela de urgência em favor da companhia no âmbito da
tutela cautelar em caráter antecedente, em trâmite perante a 2a Vara de Falências e
Recuperações Judiciais da Capital de São Paulo.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informou
que passará a informar, semanalmente, os preços dos biocombustíveis e de outros elementos
presentes na composição de preços do diesel e da gasolina para mostrar a dinâmica do setor.
A temporada de balanços continua nesta quinta-feira, com os resultados da BRF, Azul, Banco do
Brasil, Cemig, Yduqs, Marfrig, Cyrela e IRB Brasil.
Emerson Lopes / Safras News
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