São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em estabilidade. A semana será marcada pelos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com a divulgação do relatório Jolts, amanhã, a pesquisa ADP, na quarta-feira, e o relatório de emprego (payroll), na quinta-feira. Os números são importantes para que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) entenda como está a economia do país e,
consequentemente, decida o ritmo dos juros nos próximos meses.
Além dos números do emprego, o Fed também avalia a movimentação da inflação. Na última sexta-feira saíram os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio, que subiu 0,1% na base de comparação mensal, o mesmo índice registrado em abril. Na comparação anual, o índice subiu 2,3% em maio, maior que os 2,2% de abril. A previsão era de alta de 0,1% no PCE em termos mensais e de alta de 2,3% em base anual.
O PCE é o indicador usado pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) como referência para medir a inflação. O núcleo do PCE, que exclui do cálculo os preços de alimentos e energia, subiu 0,2% em termos mensais e cresceu 2,7% em termos anuais em maio, ante 0,1% e 2,6% registrados em abril. Após os números do PCE, a ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), apontou uma alta na probabilidade de cortes de juros a partir de setembro.
Para Hank Smith, chefe de estratégia de investimentos do Haverford Trust, o PCE levemente acima das expectativas, pelo menos por enquanto, não vem refletindo de forma expressiva as tarifas impostas por Donald Trump. “O mercado percebeu que essas tarifas não seriam tão onerosas quanto as apresentadas no Dia da Libertação”, disse. Já Neel Kashkari, presidente do Fed de Minneapolis, reafirmou sua expectativa de que o Fed possa reduzir a taxa básica de juros duas vezes em 2025, com o primeiro corte possivelmente ocorrendo em setembro.
Outro destaque da semana é o evento organizado pelo Banco Central Europeu (BCE), na terça-feira (1), que reunirá os presidentes dos principais bancos centrais globais, incluindo Jerome Powell (Fed), Christine Lagarde (BCE) e Kazuo Ueda (BoJ). O Brasil será representado por Diogo Guillen, diretor de política econômica do BC. Segundo a Ativa Investimentos, a fala de abertura de Lagarde pode sinalizar o tom para a comunicação monetária da região e com os mercados atentos a qualquer nuance sobre inflação e próximos passos do BCE.
Por aqui, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulga nesta segunda-feira (30), às 14h30, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), referentes ao mês de maio de 2025. A apresentação será feita pelo ministro Luiz Marinho, em coletiva de imprensa no edifício-sede do MTE, em Brasília (DF). Na última sexta-feira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostrou que a taxa de desocupação caiu a 6,2% no trimestre móvel encerrado em maio de 2025, com variação significativa (-0,6%) em relação ao trimestre de dezembro a fevereiro (6,8%). Os dados são da divulgada hoje pelo IBGE. O resultado veio levemente abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +6,30%, conforme o Termômetro Safras.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aguarda que a AGU (Advocacia-Geral da
União) dê um sinal verde para que o Executivo possa recorrer, no STF (Supremo Tribunal Federal),
contra a derrubada do decreto que aumentava as cobranças do IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras). A derrubada, conduzida pelo Congresso Nacional, completa uma semana na próxima
quarta-feira (1º).
Como a CNN Brasil mostrou, a equipe ministerial de Lula está dividida sobre questionar a decisão
da maioria do Parlamento. As áreas jurídica e econômica são favoráveis a uma reação
jurídica. A área de articulação política, porém, é contrária. A AGU estuda uma tese que
será apresentada ao Supremo na qual o Ministério da Fazenda defende que o projeto de decreto
legislativo aprovado pelo Congresso para derrubar o aumento do IOF é inconstitucional.
Hoje pela manhã também foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições
financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 passou de em
5,24% para 5,20%. Para 2026, a expectativa para a inflação segue estável em 4,50%. A meta para a
inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, a previsões para 2025 e 2026 seguem em 15% e 12,50%, respectivamente. Para o
Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2025 ficou estável em 2,21%, e para o ano que vem
subiu de 1,85% para 1,87%. Sobre o dólar, a cotação para 2025 recuou de R$ 5,72 para R$ 5,70 e,
para 2026 caiu de R$ 5,80 para R$ 5,79.
No setor corporativo, a Hapvida informou que as frações de ações remanescentes resultantes do
grupamento de suas ações ordinárias na proporção 15:1 foram apuradas, agrupadas em números
inteiros e serão alienadas em leilão a ser realizado na B3, nesta segunda-feira (30). Serão
vendidas 23.080 ações, pela corretora Merrill Lynch e o resultado líquido será creditado aos
titulares das frações agrupadas, na proporção das respectivas frações, após a realização do
último leilão que venha a ser necessário.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê avanço de 0,2% na demanda de carga no Sistema
Interligado Nacional (SIN) em julho, na comparação anual., para 75.926 megawatts médios. O Custo
Marginal de Operação (CMO) para a próxima semana operativa está com o mesmo valor em todos os
subsistemas: R$ 175,11/MWh.
O conselho de administração da Lojas Renner declarou a distribuição e aprovou o pagamento de
juros sobre o capital próprio (JCP) relativo ao segundo trimestre de 2025 (2T25), no valor bruto de
R$ 203,1 milhões, correspondentes a R$ 0,203061 por ação. O pagamento será efetuado a partir do
dia 15 de julho.
A Portos do Paraná ampliou sua participação nas exportações brasileiras de proteína animal
congelada, atingindo 35,1% do total nacional nos cinco primeiros meses de 2025. Com esse desempenho,
o porto mantém o título de maior corredor exportador de carnes do Brasil. Entre janeiro e maio,
foram embarcadas 1.280.167 toneladas com destino a países como China, Japão, Emirados Árabes e
Arábia Saudita, entre outros.
A CSN Mineração informou que pagará em 15 de julho o pagamento dos dividendos e de juros sobre o
capital próprio aprovados por seu conselho de administração em 27 de dezembro de 2024 e 8 de maio
de 2025.
Nesta segunda-feira, dia 30 de junho, às 11h, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA)
divulgará a atualização dos dados da safra 2025/2026 (abril-março) de cana-de-açúcar da
região Centro-Sul, referente à primeira quinzena de junho. Os dados incluem a moagem de
cana-de-açúcar, produção de açúcar e de etanol e vendas de etanol.
A Localiza informou que permanece inalterado o valor por ação dos juros sobre capital próprio
aprovados por seu conselho de administração, em R$0,506193662, pois não houve alienação de
ações em tesouraria para atender ao exercício de programas de ações e/ou por aquisição de
ações dentro do plano de recompra de ações da companhia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou na sexta-feira (27) o acionamento da
Bandeira Vermelha, no patamar 1, para o mês de julho de 2025 – a mesma sinalização que ocorreu em
junho. Isso significa que as contas de energia elétrica continuarão recebendo adicional de R$ 4,46
(quatro reais e quarenta e seis centavos) para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A B3 lança nesta segunda-feira (30) o Contrato Futuro Micro, Rolagem e Opções listadas
relacionados ao índice Bovespa B3 BR+, indicador do desempenho médio das cotações dos ativos com
maior negociabilidade e representatividade do mercado que inclui também as empresas brasileiras
listadas no exterior. Os investidores poderão acessar os novos produtos por meio de suas
corretoras. A B3 também está disponibilizando as Opções Semanais do índice Small Cap B3
(ticker: SMLL), com vencimentos todas as segundas-feiras, que amplia as possibilidades de
negociação para quem busca exposição às empresas de menor capitalização da bolsa.
Emerson Lopes / Safras News
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