RADAR DO DIA: À espera das tarifas de Trump; Jolts nos EUA; PMI da Indústria no Brasil

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. O mercado continua em compasso de espera para ver quais serão os efeitos das novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entram em vigor amanhã. Para o Goldman Sachs, as novas tarifas e a reciprocidade já anunciadas pelos países atingidos pelo tarifaço de Trump contra os EUA devem levar o país a uma recessão nos próximos 12 meses e ao aumentou da inflação. Economistas consultados na pesquisa CNBC Rapid Update apontaram
para uma expansão econômica de apenas 0,3% no primeiro trimestre deste ano, bem abaixo dos 2,3% de crescimento observados no quarto trimestre do ano passado, refletindo a possível retração da economia diante dos efeitos das tarifas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia está pronta para retaliar caso os Estados Unidos imponham novas tarifas a produtos estrangeiros. “A Europa não iniciou este confronto. Não queremos necessariamente retaliar, mas temos um plano forte para fazê-lo, se necessário, salientou Von der Leyen. A UE já sofre com as tarifas americanas sobre aço e alumínio, que afetam seu setor industrial. Agora, teme que novas barreiras comerciais desestabilizem ainda mais o mercado e pressionem os preços.

A China está tentando coordenar sua resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos em conjunto com Japão e Coreia do Sul, segundo a mídia estatal chinesa. Um post divulgado em uma conta oficial do governo chinês no Weibo afirmou que os três países fortalecerão o diálogo sobre cooperação em cadeias de suprimentos e controles de exportação, além de acelerar negociações para um acordo de livre-comércio trilateral. No entanto, autoridades japonesas e sul-coreanas negaram qualquer decisão conjunta com Pequim, afirmando apenas que discutiram questões comerciais durante um encontro no domingo (30), o primeiro diálogo econômico entre os três países em cinco anos.

Apesar da tentativa de cooperação, as relações entre China, Japão e Coreia do Sul permanecem tensas devido a disputas históricas e territoriais. Analistas sugerem que as políticas comerciais de Trump podem forçar uma reaproximação entre os três países, especialmente porque Japão e Coreia do Sul seriam severamente impactados pelas novas tarifas.

Ainda nos Estados Unidos, hoje saem os números do relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês), que não inclui o setor rural, de fevereiro. Em janeiro, o Jolts mostrou que os Estados Unidos registraram 7,74 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de janeiro, uma alta em relação aos 7,508 milhões registrados um mês antes (dado revisado). Hoje também saem os dados do Indice de Gerentes de Compras (PMI) industrial de março. O dado preliminar apontou uma elevação, chegando a 52,7 pontos.

Por aqui, hoje também serão divulgados os dados do PMI da indústria de março, às 10h. Ontem, o diretor do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou ontem que as expectativas de inflação da economia brasileira estão desancoradas há muito tempo, destacando mudanças significativas no cenário econômico internacional. Ele ressaltou que a inflação para 2025 e 2026 deve ficar próxima ao teto da meta, se referindo à meta de 3% – que pode ficar na faixa de 1,5%-4,5%.

Guillen revelou ainda que houve surpresa dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acima das previsões em 2024, porém alertou que o cenário de incertezas no exterior é preocupante. Ele explicou que a revisão do PIB foi motivada por motivos cíclicos. Sobre as medidas tarifárias recentes adotadas nos EUA, Guillen comentou que elas são difíceis de prever. Essas dúvidas, segundo ele, podem afetar as relações comerciais e a estabilidade dos mercados globais.

No último pregão de março, a Bolsa fechou ontem em queda, perdeu a faixa dos 131 mil pontos, em dia de falta de apetite ao risco com recuo generalizado das ações, destaque para commodities e bancos. Somado a isso, o mercado fica na expectativa para os efeitos que as tarifas de Donald Trump podem ter globalmente. No mês, o Ibovespa subiu 6,07% e no trimestre avançou 3,27%. O principal índice da B3 caiu 1,24%, aos 130.259,54 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril recuou 1,25%, aos 131.065 pontos. O giro financeiro era de R$ 20,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.

No setor corporativo, a Cosan informou que que adquiriu do Itaú Unibanco, em 31 de março de 2025, uma parcela das ações preferenciais emitidas pela Cosan Nove S.A., então subscritas pelo Itaú em dezembro de 2022, no valor total de R$ 2.169.000.001,48.

O Carrefour informou que recebeu correspondência caminhada pelos acionistas Península II Fundo de Investimento Financeiro Ações, Península Partners, Fundo de Investimento Financeiro em Ações e Península II Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP) informando que passaram por um processo de reorganização societária e de seus cotistas e que o FIP deixou de estar sob gestão da Península Partners Gestão de Investimentos Ltda. Após reorganização societária dos fundos e de seus cotistas, a partir de hoje, o FIP estará sob gestão do BTG Pactual Gestora de Investimentos Alternativos Ltda. A Península é o segundo maior acionista do Carrefour Brasil, com cerca de 7,3% de participação, e  detém 3 dos 13 assentos no conselho de administração.

A A Vale informou que celebrou um acordo com a Global Infrastructure Partners (GIP) para estabelecer uma joint venture na Aliança Geração de Energia S.A., uma empresa privada que atua no mercado brasileiro de energia. Uma vez concluída a transação, a Vale receberá aproximadamente US$ 1 bilhão em dinheiro e deterá uma participação de 30% na joint venture, enquanto a GIP terá os 70% restantes.

A Petrobras espera conseguir licença pré-operacional para atuar na Bacia da Foz do Rio Amazonas ainda em abril, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, durante entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (31). A licença pré-operacional seria um dos últimos passos antes de uma autorização para a empresa desenvolver atividades na área onde a Petrobras e o governo veem possibilidades de encontrar grandes reservas de petróleo.

Emerson Lopes / Safras News
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