Raça Wagyu trabalha para elevar rebanho bovino, pois oferta é insuficiente para atender demanda – Feicorte

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Porto Alegre, 25 de novembro de 2024 – O presidente da Associação Brasileira de Wagyu, Daniel Steinbruch, disse, em entrevista à Safras News na semana passada durante a Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, em Presidente Prudente (SP), que a raça vem trabalhando para ampliar o rebanho, muito embora a oferta tenha sido insuficiente para suprir a demanda de carne.”Temos trabalhado com duas formas de trabalho para conseguir multiplicar o rebanho mais rápido, através do cruzamento industrial com gado de leite e com animais das raças Angus e Hereford”, comenta.

Ele afirma que criar animais da raça Wagyu não é para qualquer pecuarista, pois os animais dependem de uma nutrição e manejo corretos, sendo ideal para aqueles que possuem uma pecuária intensiva, com suplementação de bezerros no final do confinamento. “Para um sistema mais extensivo não indicamos a raça. Mas estamos, de Norte ao Sul do Brasil, fazendo um trabalho forte com diversos pecuaristas interessados em expandir a raça”, explica.

Daniel estima que hoje deve haver cerca de 60 mil cabeças da raça Wagyu no Brasil, com a maior predominância de animais em São Paulo e no Rio Grande do Sul. “Também há um bom número de exemplares no Centro-Oeste, por meio dos cruzamentos industriais”, detalha.

Por possuir diferenciais em termos de manejo, Daniel destaca que a raça possui um custo pecuário mais elevado frente às demais, embora oportunizando uma bonificação maior paga pelos frigoríficos aos pecuaristas, cujo valor corresponde a duas vezes e meia o preço da arroba, algo ao redor hoje de R$ 700,00. “A remuneração paga ao pecuarista se dá pelo marmoreio do animal”, acrescenta.

No que tange à exportação, Daniel afirma que a raça Wagyu iniciou um trabalho recente. Hoje 99% da carne Wagyu fica no Brasil, com essa demanda bem acima da oferta. “A expectativa é de que sejam abatidos em torno de 3 mil animais certificados e rastreados da raça no Brasil este ano, dos quais apenas 1% destinados ao mercado internacional”, finaliza.

Arno Baasch – arno@safras.com.br (Safras News)

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