Porto Alegre, 26 de março de 2020 – O banco de investimentos holandês Rabobank divulgou seu relatório trimestral de mercado, com novas projeções para o açúcar. Acompanhe abaixo alguns dos principais pontos:
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No início de fevereiro, as cotações futuras do açúcar bruto na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) dispararam, se aproximando da linha de 15 centavos de dólar por libra-peso, na medida em que os danos à safra de cana da Tailândia se tornaram visíveis. Mas, logo depois, a crise do coronavírus começou a afetar o mercado. Foi então que a Rússia abandonou o pacto de controle da oferta de petróleo junto à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), fazendo o barril despencar para US$ 30 e arrastando consigo a cotação do açúcar para abaixo da linha de 11 centavos.
O mercado antecipou que os preços baixos do petróleo afetariam na mesma medida os preços da gasolina e do etanol no Brasil, encorajando uma grande mudança no mix de produção das usinas neste ano em direção ao açúcar.
Do lado fundamental, o Rabobank antecipa um déficit na oferta e demanda globais de 6,7 milhões de toneladas em 2019/20 (outubro-setembro), com grandes perdas esperadas para as safras da Tailândia e da Índia sendo compensadas parcialmente por perspectivas mais otimistas para o Brasil — nós estimamos um mix de 45% da cana colhida sendo destinada à produção de açúcar na região Centro-Sul em 2020.
Olhando mais para diante, nossas estimativas iniciais apontam para um superávit global de oferta na ordem de 600 mil toneladas em 2020/21.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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