Porto Alegre, 29 de julho de 2022 – Como tem sido normal, a volatilidade intensa marcou o mercado internacional de café em julho. No dia 01 de julho NY registrou a máxima do mês, com a posição setembro batendo em 236,05 centavos. Mas, depois veio o tombo. No dia 15, as cotações na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que balizam a comercialização global, bateram nos patamares mais baixos em 10 meses. Além de ajustes técnicos, NY seguia outros mercados em meio aos temores de recessão global. O contrato setembro registrou mínima no mês de 194,60 centavos.
Seguiu-se uma boa recuperação, tanto que no dia 28 o contrato setembro teve máxima de 221,40. No momento, sustenta nos fundamentos o mercado de café a queda nos estoques certificados da ICE Futures US. Eles estão em 700 mil sacas, e há um ano eram de 2,2 milhões de sacas. Isso sugere aperto na oferta de curto prazo, em que pesem as indicações de superávit global da oferta.
Outro aspecto altista que está no radar é o clima seco no Brasil. Por enquanto, o clima seco é considerado normal no inverno nas regiões produtoras, o que favorece a colheita. Mas, há déficit hídrico nas regiões e se a falta de umidade permanecer pode prejudicar a safra 2023.
Em meio a tudo isso, há a instabilidade financeira mundial, com o mercado temendo inflação e recessão globais, com uma guerra ainda afetando os mercados, com o petróleo tendo altos e baixos e o dólar tendo intensa volatilidade. Esse ambiente leva os mercados futuros de commodities a bruscas oscilações e o café acompanha movimentos de aversão ao risco e momentos mais tranquilos em que o mercado reage.
No balanço mensal na Bolsa de NY, o arábica para setembro no comparativo de julho até o dia 28 acumulou baixa de 5,1%, tendo fechado junho em 230,10 centavos de dólar por libra-peso e encerrado o pregão de 28 de julho em 218,40 centavos. Em Londres, o robusta para setembro acumulou baixa de 1,6%, fechando esta quinta-feira, 28, em US$ 2.015 a tonelada.
No mercado físico brasileiro de café, as cotações do arábica bebida boa no sul de Minas Gerais no balanço mensal caíram de R$ 1.335,00 para R$ 1.280,00 a saca na base de compra, baixa de 4,1%. Já o conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, avançou de R$ 700,00 para R$ 710,00 a saca, alta de 1,4%.
A pressão no Brasil com a entrada da safra é limitada pela retranca dos vendedores. Dentro do possível, os produtores seguem dosando a oferta, enquanto o comprador também está cauteloso e aguardando pelas oscilações da bolsa e câmbio que o favoreçam.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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