Projeção de alta do PIB mundial é de 3,1% em 2022 – OCDE

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     Porto Alegre, 22 de novembro de 2022 – “A economia global está se recuperando da maior crise energética desde a década de 1970. O choque de energia empurrou a inflação a níveis não vistos há muitas décadas e está diminuindo o crescimento econômico em todo o mundo”, diz o presidente interino da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Álvaro Santos Pereira, no Economic Outlook 2022, divulgado nesta terça-feira pela entidade.

     A OCDE prevê um crescimento global de 3,1% em 2022, e a estimativa para 2023 é de 2,2% e, para 2024, de 2,7%. A Ásia vai ser o motor do crescimento econômico mundial, visto que os Estados Unidos, América do Sul e Europa devem ter crescimentos bem menores.

     Segundo o relatório, a economia mundial vive sob uma grande incerteza por conta da guerra na Ucrânia e a redução das restrições da Covid-19. “Elevada incerteza, desaceleração do crescimento, forte pressão inflacionária e o impacto contínuo da guerra na Ucrânia nos mercados de energia deixa os formuladores de políticas com escolhas difíceis para manter a estabilidade macroeconômica e melhorar as perspectivas de crescimento sustentável e inclusivo a médio prazo”, diz o relatório.

     Um dos pontos que mais chamam a atenção no relatório é que o crescimento econômico perdeu força por conta da inflação. “As pressões inflacionárias se intensificaram. Nas economias de porte médio e nas emergentes, a inflação dos preços ao consumidor atingiu 9,6% e 10,8%, respectivamente, no terceiro trimestre de 2022”, diz o relatório.

     Outro ponto que o relatório explica é o volume do comércio global, que vinha crescendo até metade desde 2022, mas que mostra tendência de arrefecimento. “Indicadores comerciais recentes têm sido mistos, mas há sinais de que o crescimento comercial deve desacelerar. Mudanças nos termos de comércio e transferências líquidas de renda do resto do mundo impactam a renda disponível dos países e possibilidades de consumo, além das mudanças na atividade produtiva medida pelo crescimento do PIB”.

     Além disso, o ritmo acelerado de aperto da política monetária nas principais economias e o aumento da aversão ao risco levaram a um maior aperto das condições financeiras globais. “Os aumentos maiores aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos em relação a muitas outras economias levaram o dólar americano ao seu nível mais alto nas últimas duas décadas, contribuindo para uma maior volatilidade nos mercados de câmbio de mercados avançados e economias emergentes”, aponta o relatório.

     O fator energia também é levado em consideração, visto que o impacto de menores importações de energia da Rússia para a Europa podem ser mais severo do que o esperado. “As economias europeias continuam a enfrentar desafios significativos dos embargos atuais e planejados ao carvão russo e importações marítimas de petróleo, e da diminuição do fornecimento de gás da Rússia para a Europa”.

     Esses fatores tornam mais difícil a calibração do aperto da política monetária, para saber até que ponto ela deve ser levada mais adiante. “Isso aumenta o risco de que as taxas de juros possam ficar mais apertadas do que o estritamente necessário, ou por mais tempo do que o necessário para reduzir a inflação, particularmente dada a sincronização excepcional das mudanças da política monetária entre as economias no momento”.

     O apoio político às economias emergentes sofre também com as pressões inflacionárias. “As condições financeiras globais mais restritivas, pressões inflacionárias persistentes e níveis crescentes de endividamento limitam o espaço para manobra política nas economias de mercados emergentes, especialmente aquelas com altos níveis de dívida denominada em moeda estrangeira ou déficits fiscais consideravelmente acima dos níveis pré-pandêmicos”.

     As informações partem da Agência CMA.

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     Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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