Porto Alegre, 4 de abril de 2025 – Os preços do trigo seguem em patamares elevados no Brasil. Em março, as cotações subiram 6% no Paraná e 14% no Rio Grande do Sul. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os produtores não aceitam os atuais preços pedidos pela indústria, acreditando em novas elevações na entressafra.
Os moinhos também encontram dificuldades no repasse da elevação dos custos no preço final da farinha. Em relação ao mesmo momento do ano passado, o trigo no Paraná está 27% mais caro, enquanto a farinha subiu apenas 14%. Bento disse que a indústria tenta este repasse, mesmo que seu preço médio de compra seja inferior aos atuais. “Resta saber como o mercado reagirá a eventuais reajustes na tabela da farinha”, disse.
A oferta limitada no mercado interno mantém as cotações domésticas ajustadas à Paridade de importação. E os preços ainda têm uma boa margem para subir até encontrarem os patamares do cereal vindo da Argentina.
Além disso, segue o cenário de foco na colheita da soja, que monopoliza as atenções e encarece os fretes. “Os fretes inflacionados pela demanda aquecida de caminhões para o escoamento da soja colocam uma dificuldade a mais para a realização de negócios. Em relação às alternativas para o abastecimento, o dólar mais fraco tem tornado o trigo argentino mais competitivo no mercado paranaense. No entanto, os lotes remanescentes no Paraná não atendem nem a demanda da entressafra de moinhos menores que têm, dificuldades de recorrer ao mercado internacional para se abastecer”, analisou.
Gabriel Nascimento / Safras News
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