Porto Alegre, 27 de setembro de 2023 – O Banco do Japão (BoJ) divulgou ontem (26) a ata da reunião dos dias 27 e 28 de julho, na qual disse que a produção das indústrias e as exportações se mantiveram estáveis no período.
“Embora as exportações e a produção tenham sido afetadas pelo abrandamento do ritmo de recuperação nas economias estrangeiras, estas ficaram mais ou menos estáveis, apoiadas por uma diminuição dos efeitos das restrições do lado da oferta. Já em relação às perspectivas, as exportações e a produção deverão continuar apresentando desenvolvimentos semelhantes por enquanto. Depois disso, eles provavelmente retornarão a uma tendência de alta com a recuperação das economias estrangeiras”, diz um trecho do documento.
Nesta reunião, os membros do banco decidiram, de maneira unânime, manter a taxa de juros em -0,1% e a do rendimento dos títulos em 0%.
Os dirigentes do banco acreditam que a economia japonesa está melhorando de forma moderada. “Em relação às perspectivas, é provável que a economia continue a se recuperar moderadamente por enquanto, apoiado pela materialização da demanda reprimida, bem como condições financeiras acomodatícias e as medidas econômicas do governo, embora se esperasse que estivesse sob pressão descendente decorrente da desaceleração do ritmo de recuperação das economias no exterior”.
A pressão da inflação continua alta, na visão do BoJ. “Como pano de fundo para isso, alguns dos membros salientaram que os aumentos anteriores nos preços das matérias-primas e outros aumentos de custos continuaram a repercutir nos preços de venda, principalmente de bens como alimentos e necessidades diárias”.
A economia mundial também está em um passo mais lento na sua recuperação, do ponto de vista dos membros do BoJ. “Quanto às perspectivas, o ritmo de recuperação nas economias estrangeiras foi projetado para permanecerem lentos por enquanto, com a pressão inflacionária persistindo também em uma base global como o impacto contínuo dos aumentos das taxas de juro por parte dos bancos centrais. Havia incertezas consideravelmente altas relativamente às perspectivas, tais como a evolução da pressão inflacionista mundial, o curso da situação em torno da Ucrânia e a evolução da economia chinesa”.
O consumo privado japonês está moderado, mas apresenta tendência de alta. “O consumo privado tinha aumentado de forma constante a um ritmo moderado, apesar de ser afetado pelos aumentos de preços. As atividades de consumo pareciam ter melhorado, como é evidente, por exemplo, nos dados sobre o número de pessoas que saem de casa e informações dos relatórios financeiros do setor do varejo”.
Já o núcleo da inflação japonesa vem subindo de forma mais lenta. “A taxa anual do aumento no núcleo do índice de preços ao consumidor foi mais lento do que um tempo atrás, principalmente devido aos efeitos da redução dos preços da energia por parte das medidas de economia do governo”.
Por fim, ainda há incertezas elevadas em torno das economias no exterior e também no Japão e, por conta disso, o banco decidiu manter a política ultra-acomodatícia de juros negativos, “ao mesmo tempo que responderá com agilidade às evoluções da atividade econômica e dos preços, bem como das condições financeiras. Ao fazer isso, terá como objetivo atingir a meta de estabilidade de preços de 2% de uma forma sustentável e estável, acompanhado de aumentos salariais”, conclui.
As informações partem da Agência CMA.
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Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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