Porto Alegre, 30 de dezembro de 2020 – O mercado brasileiro de frango deve registrar maiores volumes de produção e de exportação em 2021. O crescimento é estimado, respectivamente, em 3,2% e 5,3% frente a este ano, segundo projeções de SAFRAS & Mercado.
O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias salienta, porém, que diferentemente da carne bovina e suína, a avicultura possui uma menor dependência em relação à China. “Com bons volumes exportados das proteínas concorrentes a este destino, a carne de frango ganhou a preferência do consumidor médio em 2020 e esse quadro não deve mudar muito no próximo ano”, sinaliza.
Iglesias entende que um dos pontos de preocupação da avicultura para o início do próximo ano está na dificuldade para o abastecimento de milho, como conseqüência da menor área de verão cultivada no Centro-Sul do Brasil e da estiagem registrada em regiões do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. “Essa situação tende a forçar uma redução da capacidade produtiva do setor avícola, com um menor alojamento de pintos de corte, o que cercearia um eventual avanço dos custos de produção, muito embora uma alternativa ao setor seria o repasse desse adicional de gastos nos preços de venda”, comenta.
O analista destaca que houve uma retomada de bons volumes de vendas de carne de frango ao Oriente Médio e Japão em 2020, o que deve ser mantido para o próximo ano, contribuindo para um incremento nas exportações do país. “A expectativa é que o Brasil exporte em torno de 4,33 milhões de toneladas em 2021, à frente das 4,1 milhões de toneladas esperadas para este ano. Já a produção de carne de frango foi estimada em 14,6 milhões de toneladas em 2021, à frente das 14,18 milhões de toneladas previstas para este ano”, projeta.
Iglesias ressalta que a oferta interna de carne de frango para 2021 deverá ficar em 10,3 milhões de toneladas, superando as 10,21 milhões de toneladas disponibilizadas no país neste ano, com um avanço de aproximadamente 0,8%. “Esses números reforçam a importância da carne de frango como uma proteína chave no que diz respeito à segurança alimentar do brasileiro médio”, pontua.
É importante lembrar que, para o próximo ano, a população não deverá contar mais com o auxílio emergencial do governo federal, o que pode, de certo modo, impactar a renda. “Por conta disso, a tendência de decisão de compra baseada em preço deverá cada vez mais estar presente ao consumidor final, favorecendo a carne de frango”, conclui.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2020 – Grupo CMA