Produção da Petrobras de óleo e gás no 3T22 recua 6,5% na comparação anual

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     Porto Alegre, 25 de outubro de 2022 – A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras alcançou 3,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre deste ano, alta de 0,1% na comparação anual.

     No Brasil, a produção foi de 2,609 milhões de boed, retração de 6,5% na comparação com o mesmo período de 2021. No exterior, a produção foi de 35 milhões de boed, baixa de 14,6% na mesma base de comparação.

     Segundo a Petrobras, a redução da produção é reflexo do maior impacto dos Contratos de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia, no terceiro trimestre, vigentes a partir de 2 de maio, com redução de participação da Petrobras nestes campos. O impacto no terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre, foi de cerca de 43 mil boed.

     A estatal apontou ainda a parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba, em 21 de maio, com impacto de 11 mil boed. O descomissionamento da unidade faz parte do Projeto Integrado Parque das Baleias (IPB), que irá recuperar sua produção com a transferência de poços para a plataforma P-58 e uma nova plataforma, o FPSO Maria Quitéria, com início de operação previsto para 2024 e o declínio natural dos campos maduros.

     Por outro lado, a Petrobras disse que o resultado do terceiro trimestre já contempla integralmente o impacto da efetividade dos Contratos de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia, que tiveram início em 2 de maio desse ano, com redução de participação da Petrobras nestes campos, além da parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba. Estes efeitos foram parcialmente compensados pela continuidade do ramp-up do FPSO Guanabara (campo de Mero), pela elevada produção da P-68 (Campos de Berbigão e Sururu) e menor volume de perdas com manutenções e intervenções.

     “Com o bom desempenho do trimestre, aliado a nossas previsões de ramp-ups e entradas de novos poços para o quarto trimestre, reafirmamos a expectativa de atingir o nosso guidance de produção para 2022, de 2,6 MMboed, com variação de 4% para mais ou para menos”, explicou a companhia.

     No pré-sal, onde a empresa é dona natural e tem como foco, a estatal produziu 1,609 milhão de barris por dia (bpd), queda de 3,8% na comparação anual. De acordo com a Petrobras, a performance os campos do pré-sal foram responsáveis por 73% da produção de óleo no período.

     A companhia disse em seu relatório que tem 58 plataformas de produção operando atualmente, que periodicamente têm sua produção interrompida para manutenção. No terceiro trimestre, a perda estimada com paradas para manutenção e intervenções foi de 170 mil boed, em comparação a perdas de 251 mil boed no segundo trimestre. A produção nos campos do pós-sal diminui 13,4% e atingiu 434 mil bpd no período.

     Na área de refino, o volume de produção total foi 1,750 milhões de bpd no período, queda de 9,4%, enquanto o volume total de vendas foi de 1,798 milhões de bpd, retração de 7,6%.

     No período, as exportações líquidas somaram 92 mil bpd, recuo de 76,9%, enquanto a importação alcançou 436 mil bpd no trimestre, alta de 5,1% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

     O volume de vendas de QAV no 3T22 foi 6,7% superior ao 2T22, como normalmente ocorre em função do período de férias. O crescimento de 23,8% das vendas no 3T22 em relação ao 3T21 decorre da retomada do segmento de aviação após o impacto negativo da COVID-19 no mercado aéreo.

     No 3T22, a produção de QAV caiu 13,8% quando comparada ao 2T22, em decorrência da parada programada da REPLAN.

     As vendas de óleo combustível no 3T22 registraram crescimento de 10,4% em relação ao 2T22, devido principalmente às maiores vendas para o segmento industrial na região Norte. Não houve vendas para geração termelétrica tanto no 3T22 como no 2T22, fator principal para justificar a forte queda observada em relação ao 3T21.

     No 3T22, a produção de óleo combustível teve queda de 3,9% em relação ao 2T22, em função da parada da REPLAN e redução de 28,8% em comparação ao 3T21, devido ao impacto do desinvestimento da RLAM. Foram destaques os recordes mensais de produção de bunker na LUBNOR em julho e na REMAN em setembro.

     As vendas de gasolina no 3T22 registraram crescimento de 8,0% em relação ao 2T22. A partir de julho, após a redução de tributos sobre o derivado, houve redução dos preços ao consumidor e consequente aumento do consumo da frota de veículos leves. Adicionalmente, a gasolina ampliou sua competitividade em relação ao etanol hidratado na opção da frota flex. No 3T22, a produção de gasolina teve aumento de 1,9% na comparação com o 2T22.

     As vendas de diesel cresceram 4,6% no 3T22 em relação ao 2T22, principalmente devido à sazonalidade de consumo, normalmente mais elevada no terceiro trimestre por causa do plantio da safra de grãos de verão e do aumento da atividade industrial. Na comparação do acumulado do ano, as vendas de diesel recuaram 6,8% em relação ao mesmo período de 2021.

     O principal fator foi o impacto do desinvestimento da RLAM, concluído em novembro de 2021. Também contribuíram para o recuo das vendas o aumento das entregas por outros produtores nacionais e importadores bem como a redução do consumo de diesel para geração termelétrica.

     As informações partem da Agência CMA.

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     Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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