Porto Alegre, 1 de março de 2024 – O mercado brasileiro de feijão carioca enfrentou uma série de desafios ao longo de fevereiro, mas conseguiu manter uma estabilidade relativa. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, diversos fatores moldaram a dinâmica dos negócios durante o mês, desde problemas na produção até questões relacionadas à demanda.
“Um dos principais obstáculos enfrentados foi a oferta irregular, especialmente devido a lotes danificados pela chuva. Isso complicou as negociações entre produtores e empacotadores, que resistiram a pagar preços mais elevados diante da incerteza sobre os valores antes da colheita da segunda safra”, explicou.
Mosca Branca
O analista também comentou sobre a proliferação da mosca branca em importantes regiões produtoras como Minas Gerais e Goiás, que trouxeram preocupações. Os danos causados por essa praga, tanto diretamente nas plantações quanto de forma indireta, levaram alguns produtores a reduzirem suas áreas de cultivo, impactando ainda mais a oferta.
Apesar das dificuldades, conforme Oliveira, as perspectivas de produção e exportação foram relativamente otimistas, com projeções indicando um aumento na produção da segunda safra, especialmente no Paraná. O Brasil também buscou expandir seus mercados de exportação, com as principais entidades do setor investindo em feiras internacionais e missões comerciais em países como Índia e Emirados Árabes.
Oferta modesta e estabilidade
De acordo com o analista, os preços do feijão carioca variaram ao longo do mês, influenciados pela oferta, qualidade do produto e perspectivas de mercado.
“Após o feriado de carnaval, houve uma melhoria nas vendas devido a uma menor oferta, o que manteve os preços firmes. No entanto, as expectativas futuras ainda dependem da evolução da oferta e demanda, com boa parte dos agentes prevendo maior pressão nos preços do produto comercial (nota 8 ou inferior), por questões ligadas à qualidade”, relatou.
Já o mercado de feijão preto em fevereiro mostrou-se estável, com pouca variação nos preços e movimentação limitada. A oferta modesta e a falta de volumes significativos disponíveis contribuíram para a manutenção dos preços, que permaneceram praticamente inalterados ao longo da semana. Um dos principais impulsionadores dessa estabilidade para Oliveira foi a escassez de oferta, com apenas 2 mil a 2,5 mil sacas ofertadas durante as sessões, principalmente durante as madrugadas. Isso resultou em uma média da saca do feijão preto extra na Bolsinha paulista permanecendo em torno de R$ 430,00.
A falta de movimentação significativa ao longo do mês refletiu a dificuldade dos compradores em encontrar mercadorias extras, enfrentando pedidas que oscilavam entre R$ 380,00 e R$ 400,00 por saca nas zonas produtivas, muitas vezes vinculadas a vendas casadas. Essa dinâmica deixou os compradores cautelosos, hesitando em realizar compras imediatas.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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