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Previsão de alta do PIB 2024 sobe de 3,2% para 3,5% – BC

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São Paulo, 19 de dezembro de 2024 – O Banco Central (BC) elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 3,2% para 3,5% na edição de dezembro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A previsão para 2025 passou de 2% para 2,1% do PIB.

Segundo o relatório, a alteração na projeção de crescimento do PIB em 2024 reflete a surpresa positiva no resultado do terceiro trimestre e os indicadores do quarto trimestre disponíveis até a data de corte deste Relatório. A revisão das séries históricas das Contas Nacionais Trimestrais (CNT) foi um fator importante para a atualização da projeção de alguns componentes, mas não exerceu grande influência sobre o agregado.

Sob a ótica da oferta, a alta na projeção de crescimento do PIB em 2024, de 3,2% para 3,5%, refletiu uma elevação na projeção para o setor de serviços, parcialmente compensada por recuos nas estimativas para a agropecuária e a indústria.

A projeção para a variação anual da agropecuária foi reduzida de ‑1,6% para ‑2,0%. A revisão da série histórica da agropecuária, que incorporou dados das pesquisas estruturais para 2023 e prognósticos atualizados para a safra de 2024, foi particularmente importante. A variação do Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado, foi revisada de ‑2,9% para ‑4,5%, impactando a previsão de crescimento anual.

Para a indústria, a previsão foi a ajustada de 3,5% para 3,3%, com alta nas projeções para a indústria de transformação e EGAER1 e recuo nas estimativas para a indústria extrativa e construção. As surpresas no terceiro trimestre, de baixa para a indústria extrativa e para a construção e de alta para EGAER, explicam parcela expressiva da revisão para esses setores. No caso a indústria de transformação, a surpresa em relação ao resultado do terceiro trimestre foi pequena. A revisão na previsão de crescimento anual para esse segmento reflete, principalmente, uma expectativa mais favorável para o quarto trimestre, bastante influenciada pelo elevado carregamento estatístico da respectiva série de produção industrial mensal. A revisão das séries históricas teve pouco impacto nas projeções para as atividades industriais, exceto para EGAER, cujo crescimento no primeiro semestre de 2024 em relação a igual período ano anterior foi aumentado em 0,8 p.p.

Para o setor de serviços, a projeção de crescimento foi revisada de 3,2% para 3,8%, refletindo estabilidade na estimativa para o comércio e aumento nas previsões para os demais segmentos. A alta na previsão para o setor de serviços foi impulsionada por surpresas positivas no resultado do terceiro trimestre, amplamente disseminadas entre as atividades, e pela revisão das séries históricas. Essa revisão impactou principalmente as projeções para “intermediação financeira e serviços relacionados”, “outros serviços” e “administração, saúde e educação públicas”.

Em relação aos componentes domésticos da demanda agregada, a estimativa para a variação do consumo das famílias aumentou de 4,5% para 5,3%, enquanto a da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu de 5,5% para 7,3%. Essas revisões refletem, especialmente, a forte alta que esses componentes tiveram no terceiro trimestre, contrariando a expectativa de desaceleração.

Em sentido contrário, a previsão para o crescimento do consumo do governo foi reduzida de 2,7% para 1,9%, refletindo uma menor variação interanual no primeiro semestre após a revisão da série histórica e uma surpresa negativa no resultado do terceiro trimestre.

A projeção para as exportações ficou praticamente estável, passando de 3,2% para 3,0%, enquanto a estimativa para as importações foi aumentada de 11,3% para 13,7%, refletindo, principalmente, uma desaceleração menor do que a prevista no terceiro trimestre. Tendo em vista as novas previsões para os componentes da demanda agregada, as contribuições da demanda interna e do setor externo para a evolução do PIB em 2024 são estimadas em 5,2 p.p. e ‑1,7 p.p., respectivamente.

Revisão da projeção do PIB para 2025

O pequeno aumento na projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,0% para 2,1%, resulta de fatores que atuam em direções opostas. Contribuem positivamente a revisão para cima no crescimento esperado da agropecuária, em linha com os prognósticos mais recentes que indicam nova ampliação da safra de grãos, e o aumento do carregamento estatístico de 2024 para o crescimento em 2025, que decorre, principalmente, da surpresa no terceiro trimestre do ano corrente. Em sentido oposto, a expectativa de menor crescimento trimestral ao longo de 2025, principalmente devido à hipótese de um aperto monetário mais intenso do que o previsto no Relatório anterior, contribui para reduzir a projeção de crescimento.

De todo modo, mantém‑se a perspectiva de crescimento em 2025 menor que o de 2024, devido à expectativa de menor impulso fiscal; à inflexão da política monetária em andamento; ao reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção; e à ausência de forte impulso externo, dada a perspectiva de crescimento mundial em 2025 semelhante ao de 2024.

Sob a ótica da oferta, a ligeira alta na previsão de crescimento do PIB reflete elevação na projeção para a agropecuária e estabilidade nas estimativas para indústria e serviços. Sob a ótica da demanda, as previsões para o consumo das famílias e para a FBCF foram ampliadas de 2,2% para 2,4% e de 2,0% para 2,9%, respectivamente. Em contrapartida, a estimativa para o crescimento do consumo do governo foi reduzida de 2,0% para 1,6%.

Por fim, a previsão de crescimento de 2,5% nas exportações e importações foi mantida. As contribuições respectivas da demanda interna e da externa estão estimadas em 2,1% e 0,0%, respectivamente.

Como usual, há diversos riscos em torno desse cenário central. Entre os de origem externa, o crescimento global em 2025 pode ser menor do que o de 2024, em razão, por exemplo, de fatores geopolíticos. No âmbito doméstico, de um lado, o aperto recente nas condições financeiras pode ter um impacto contracionista mais intenso do que o considerado. De outro lado, parte do elevado crescimento nos últimos anos pode estar relacionada a reformas estruturais, o que introduz a possibilidade de novas surpresas positivas, dadas as incertezas em torno da taxa de crescimento potencial.

Dylan Della Pasqua / Safras News

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