Porto Alegre, 21 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de frango registrou um cenário de preços acomodados para o quilo vivo, mas a pressão de oferta voltou a derrubar as cotações para alguns cortes no atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, há preocupações com a estrutura dos custos de produção, uma vez que a volatilidade do clima no Meio Oeste norte-americano voltou a provocar altas nos preços do milho tanto no cenário externo quanto no Brasil, o que tende a apertar ainda mais as margens setoriais.
Iglesias entende que a necessidade de ajustes na produção é evidente neste momento de intensa queda dos preços da carne de frango no atacado e no varejo. O Brasil ainda conta com 67 focos de Influenza Aviária, sendo 65 deles em aves selvagens e dois em aves de fundo de quintal. “Manter a vigilância segue imprescindível para evitar danos ainda maiores sobre o mercado de exportação brasileiro”, pontua.
O analista ressalta que o mercado atacadista ainda conta com sintomas de excesso de oferta e a expectativa ainda é de alguma queda dos preços no curto prazo, em linha com o menor apelo ao consumo durante a segunda quinzena do mês.
Para Iglesias, o grande ponto de sustentação neste momento ainda reside no fato de que a carne de frango tem ganhos de competitividade bastante evidentes quando comparado a carne bovina, o que inclusive tem interferido na formação de preço das proteínas concorrentes.
Preços internos
Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito no atacado caiu de R$ 6,65 para R$ 6,60, o quilo da coxa de R$ 5,65 para R$ 5,60 e o quilo da asa de R$ 8,70 para R$ 8,60. Na distribuição, o preço do quilo do peito baixou de R$ 6,85 para R$ 6,80, o quilo da coxa de R$ 5,85 para R$ 5,80 e o quilo da asa de R$ 8,90 para R$ 8,80.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo se desvalorizou de R$ 6,75 para R$ 6,70, o quilo da coxa de R$ 5,75 para R$ 5,70 e o quilo da asa de R$ 8,80 para R$ 8,70. Na distribuição, o preço do quilo do peito retrocedeu de R$ 6,95 para R$ 6,90, o quilo da coxa de R$ 5,95 para R$ 5,90 e o quilo da asa de R$ 9,00 para R$ 8,90.
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo se manteve em R$ 4,50 e em São Paulo de R$ 4,50.
Na integração catarinense a cotação do frango vivo seguiu em R$ 4,35, na integração do oeste do Paraná o quilo se manteve em R$ 4,55 e na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo continuou em R$ 4,45.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 4,45, em Goiás em R$ 4,50 e no Distrito Federal em R$ 4,50.
Em Pernambuco, o quilo vivo se manteve em R$ 5,20, no Ceará em R$ 5,20 e, no Pará, em R$ 5,00.
Exportações
Iglesias comenta que as exportações permanecem em bom nível. No entanto, o setor segue em alerta em função dos problemas causados pela Influenza Aviária e embargos que tem surgido, fugindo do protocolo estabelecido pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA).
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 423,477 milhões em julho (10 dias úteis), com média diária de US$ 42,347 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 214,648 mil toneladas, com média diária de 21,464 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.972,90.
Em relação a julho de 2022, houve alta de 6,3% no valor médio diário, avanço de 19,8% na quantidade média diária e recuo de 11,3% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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